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Lula critica protecionismo e sindicalismo na OIT

Por Agencia Estado
Atualização:

Num discurso que durou cerca de 40 minutos perante um plenário lotado da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou os compromissos gerais de seu governo, principalmente na área trabalhista, e voltou a atacar o protecionismo comercial dos países desenvolvidos e o modelo de sindicalismo atual. "No Brasil nunca tivemos tantos sindicalistas no poder", disse Lula. "Por isso agora não temos em quem jogar a culpa por não fazer o que tem de ser feito". Lula criticou o corporativismo no movimento sindical. "Nesse mundo globalizado, o movimento sindical tem que ser cada vez menos corporativo e mais político", disse. "Nos não temos o direito de continuar fazendo o mesmo tipo de sindicalismo que fazíamos ha 20 anos." Segundo ele, "é preciso se repensar o movimento sindical para que ele tenha credibilidade junto aos seus representantes". O presidente considerou muito "proveitosa" sua participação no encontro do G8 ampliado em Evian, na França. Segundo o presidente, os vários contatos que ele vem mantendo o levam a crer "que há uma sensibilidade crescente" com a necessidade de estreitar a "enorme desigualdade entre os países ricos e as nações em desenvolvimento". Lula disse que na América do Sul, vários países "pagaram um alto preço político por seguirem o receituário do neoliberalismo". Segundo ele, "os benefícios da globalização estão sendo colhidos apenas por uma pequena parcela da sociedade". Lula disse que "não e admissível que os setores de agronegócios, têxtil e siderúrgico nos países ricos sejam sujeitos a praticas protecionistas". Segundo ele, é necessário também "se reduzir a enorme distancia entre os acordos internacionais e a sua execução". O presidente brasileiro, ao falar da sua proposta de criação de um fundo mundial contra a fome e miséria, fez uma critica indireta a guerra no Iraque. "É preciso se priorizar a guerra contra a fome e a pobreza", disse Lula. "Aliás, essa e única guerra que nos interessa." No final de seu discurso. O presidente também afirmou que uma das prioridades de seu governo é a melhoria das condições gerais de trabalho no Brasil, visando "um trabalho decente" para toda a população. Ele mencionou as ações governamentais para combater a discriminação racial e sexual, erradicação do trabalho escravo e o esforço para melhorar as condições de renda da população. Lula anunciou também a assinatura de um memorando de cooperação técnica com a OIT.

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