PUBLICIDADE

Lula defende ajuda aos mais pobres do Mercosul

"É normal que os mais pobres culpem Brasil e Argentina, como outros culpam os Estados Unidos", afirmou o presidente

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a entrada da Bolívia - como membro pleno - no Mercosul, e disse que Brasil, Argentina e Venezuela devem ajudar os dois sócios menores e com economias mais pobres do bloco, Paraguai e Uruguai. "É normal que os mais pobres culpem Brasil e Argentina, como outros culpam os Estados Unidos", disse. "Temos a obrigação de ajudar estes países a se desenvolverem, comprando mais deles. Não há bloco que se sustente se a miséria perdurar". As declarações do presidente Lula foram feitas na cidade argentina de Córdoba, onde participa da 30ª Reunião do Mercosul. Neste encontro, a Venezuela estréia como quinto membro pleno do bloco. "Queremos trazer a Bolívia para o Mercosul e construir a Comunidade Sul-americana de Nações, sabendo que temos problemas sociais profundos, problemas políticos profundos e que tudo isso só vai ser resolvido com o fortalecimento da democracia". O presidente cubano, Fidel Castro, também saiu em defesa da maior integração da América Latina, ao dizer à imprensa, nesta manhã em Córdoba: "Eu me pergunto quem poderá impedir o futuro da América Latina unida", disse. O presidente Lula receberá, nesta sexta-feira, a presidência temporária do bloco, que neste semestre foi exercida pela Argentina, governada pelo presidente Nestor Kirchner. Kirchner começou o dia dando um golpe na cabeça quando entrava no automóvel que o levou do hotel ao encontro do Mercosul, no chamado Prédio Ferial, cerca de vinte minutos do centro de Córdoba. As emissoras de televisão mostraram Kirchner com um lenço na cabeça tentando conter o sangue. Imagem semelhante foi vista na sua posse, em maio de2003, quando bateu a cabeça numa câmera de TV. Segundo a imprensa argentina, desta vez, como na anterior, o ferimento não foi grave. "Colinho" Pela primeira vez em muitos anos, a reunião do Mercosul não é marcada pelas disputas comerciais entre o Brasil e a Argentina. Mas o governo argentino continua pedindo proteção para os setores mais sensíveis da economia frente aos concorrentes de similares brasileiros. O ministro brasileiro do Desenvolvimento, Luís Fernando Furlan, descartou, porém, a adoção de cotas de exportação de produtos brasileiros para o mercado argentino, como defendem alguns destes setores empresariais, e disse: "Todo mundo gosta de proteção, de colinho, não é?" Furlan deu apoio à idéia, anunciada na véspera pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, de eliminar o dólar das transações comerciais entre os países do Mercosul. Para ele, com as compras e vendas sendo feitas diretamente nas moedas locais, a burocracia será eliminada. "É uma coisa maluca que uma empresa da Argentina, do Brasil, do Paraguai e do Uruguai tenham que fazer transações em dólar dentro do Mercosul", disse. Na manhã de sexta-feira, o presidente Lula teve encontros, separadamente, com a presidente do Chile, Michelle Bachelet, e com o presidente da Bolívia, Evo Morales. Lula disse que não conversou com Morales sobre o preço e o fornecimento do gás boliviano vendido ao Brasil. Ele reiterou que esse assunto está sendo tratado pela Petrobras. include $_SERVER["DOCUMENT_ROOT"]."/ext/selos/bbc.inc"; ?>

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.