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Lula defende aliança "bem agressiva" entre Brasil e Peru

Presidente do Peru, Alan Garcia, defendeu aliança moderada entre os países da região, mas Lula quer atitude agressiva

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta sexta-feira, uma aliança "bem agressiva", do ponto de vista comercial, entre Brasil e Peru. "Não acho que temos de ter uma aliança moderada. Temos de ter uma aliança bem agressiva do ponto de vista comercial para levar o crescimento dos dois países", afirmou ele, ao ser questionado sobre declaração do presidente do Peru, Alan Garcia, que defendeu uma aliança moderada entre os países da região. Segundo Lula, os dois países têm séculos e séculos de atraso, foram colonizados na mesma época e vítimas da mesma exploração. "Agora, precisamos definir e conquistar de uma vez por todas a independência econômica - uma vez que a independência política já conquistamos há mais de dois séculos - o que acontecerá quando acreditarmos em nós mesmo", pregou. E acrescentou: "quando pararmos de fazermos críticas uns aos outros e percebermos onde está o erro cometido por cada país, por cada governante, para que a gente possa fazer uma forte política social que ajude no desenvolvimento do nosso continente, dos nossos países". "Crecimento vigoroso" Lula lembrou que o Peru vem registrando o que chamou de "crescimento vigoroso", a uma taxa de 5% ao ano. "Se combinar isso como uma forte política social, a tendência de melhorar a vida do povo peruano é muito grande. No Brasil, conseguimos tirar três milhões da linha de pobreza e sete milhões que viviam nesta linha de pobreza passaram para a classe C, numa demonstração de que é possível em todos os países da América do Sul e Central combinar um crescimento econômico com alto desenvolvimento social". O presidente destacou que é possível crescer distribuindo renda e "essa distribuição ajuda no crescimento do País". Ele contou que quando recebeu Alan Garcia no Palácio do Planalto, logo após a vitória nas eleições, lhe disse, conforme seu próprio relato: "você tem oportunidade de fazer o que poucos governantes conseguiram fazer na história do Peru porque pega um país arrumado economicamente e tem a possibilidade de fazer uma política social forte que outros não tiveram, porque precisavam preparar o País". América do Sul vive situação favorável O presidente Lula disse estar convencido de que a América do Sul vive uma situação bastante favorável. "A América do Sul vive um momento auspicioso, um momento bom do ponto de vista político e econômico, com solidez na economia. Agora, é saber se vamos tirar proveito disso para melhorar a vida do povo ou se vamos continua como nas décadas de 70 e 80 em que a economia cresceu um pouco mas a distribuição de renda foi praticamente zero. A chance está colocada. Depende de nós". Lula afirmou também que acabou o tempo em que se culpava os Estados Unidos por todos os problemas. "Acabou o tempo em que vivíamos culpando os Estados Unidos por tudo de ruim que acontecia em nosso país. Não temos de culpar ninguém e sim de dizer porque não fizemos as coisas certas na hora certa. Se tivéssemos investido em educação, a América latina estaria muito melhor do que está hoje. Sobre a relação entre os dois países, ele afirmou que a expectativa é de melhora, principalmente com a construção da rodovia transoceânica, com o Brasil passando a ter acesso ao Oceano Pacífico. "Isso pode fazer com que a relação entre Brasil e Peru possa crescer de forma extraordinária", disse.

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