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Lula e Evo podem se encontrar para discutir preço do gás

Segundo ministro boliviano dos Hidrocarbonetos, o presidente boliviano quer ratificar sua posição por aumento de preços; encontro pode acontecer esta noite

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro dos Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, reforçou nesta quinta-feira a posição de seu país pelo aumento do preço do gás exportado ao Brasil. O tema deverá ser debatido esta noite entre o presidente Evo Morales e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em mais um sinal de que La Paz conta com o apoio político de Lula para convencer a Petrobras, contrária a qualquer reajuste. No âmbito das discussões técnicas, o tema está em suspenso até abril, quando Petrobras e YPFB voltam a se reunir, desta vez com a perspectiva de novas propostas de investimentos brasileiros no país vizinho para ampliar o volume de exportações, hoje na casa dos 30 milhões de metros cúbicos por dia. A Bolívia pede a alta do preço do gás exportado pelo Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) dos atuais US$ 4,30 para US$ 5 por milhão de BTU. Já para o gás exportado diretamente para a Termocuiabá, controlada pela Shell, Villegas disse que vai pedir um aumento dos atuais US$ 1,09 para US$ 4,30. Ele reconheceu que tamanho reajuste poderia provocar alto repasse às contas de luz dos brasileiros, mas disse que isso é um problema interno" do Brasil. "Como produtores de gás, não podemos pensar nisso", afirmou. Segundo Villegas o contrato de fornecimento à Termocuiabá foi feito entre duas empresas privadas, o que é proibido pela legislação atual. "Poderíamos tomar uma medida unilateral, mas devido às relações fraternas com o Brasil e com o presidente Lula, preferimos uma solução negociada." O tema já foi discutido com o governo brasileiro, que preferiu transferir as negociações para as empresas signatárias dos contratos - Shell e Enron, proprietárias da térmica, e Andina, vendedora do gás. O ministro boliviano afirmou ainda que os ministérios de energia da Bolívia e do Brasil se reúnem no próximo dia 31, no Rio, para discutir as usinas hidrelétricas do rio Madeira. Os bolivianos temem que o projeto, que prevê duas barragens com capacidade para 6 mil MW cada, cause danos ambientais em território boliviano. O projeto é considerado fundamental para garantir o abastecimento de energia no Brasil em meados da próxima década.

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