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Lula e Lugo devem conversar sobre Itaipu antes da posse

Por Luciana Nunes Leal
Atualização:

O impasse sobre as tarifas que o Brasil paga ao Paraguai pela eletricidade da usina hidrelétrica de Itaipu será o tema principal do encontro que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, terão antes do dia 15 de agosto próximo, informaram hoje assessores do presidente brasileiro. Lula, de acordo com os auxiliares, telefonou na tarde de hoje para Lugo cumprimentando-o pela vitória. Durante a conversa, Lugo tomou a iniciativa de pedir a Lula o encontro, que deverá ser realizado no Brasil, antes da posse do paraguaio, que será no dia 15 de agosto. Outros temas do encontro ainda não foram acertados. Durante o telefonema, de cinco minutos, Lula apenas cumprimentou o candidato vitorioso e foi convidado para a posse, mas não confirmou presença. Antes de garantir participação na festa de Lugo, o presidente Lula prefere ver como avançam as conversas sobre Itaipu, disseram os assessores. Explicaram também que o presidente brasileiro não acredita em um endurecimento no discurso de Lugo. O governo brasileiro espera que a contundência do paraguaio ao pregar mudanças no Tratado de Itaipu tenha sido típica de campanha eleitoral, mas não se acentue, agora que foi eleito. Funcionários do governo brasileiro reiteram a declaração do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, de que o Brasil está disposto a flexibilizar as regras para o pagamento da energia do Paraguai e que isto não significa alteração no tratado existente entre os dois países. No telefonema de hoje, o presidente brasileiro conversou também com o vice-presidente eleito do Paraguai, Frederico Franco, que pediu conselhos ao petista a partir da experiência deste no governo, de acordo com fontes do Palácio do Planalto. Na interpretação dessas fontes, a atitude de Frederico Franco seria um indicativo de que, apesar das dificuldades políticas depois de 60 anos de domínio do Partido Colorado no Paraguai, Lugo não pretende fazer um governo de confronto nem de medidas radicais.

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