PUBLICIDADE

Lula e Serra não discutirão venda da Nossa Caixa, diz Múcio

Segundo relato do ministro de Relações Institucionais, presidente e governador falarão sobre reforma tributária

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes e da Agência Estado
Atualização:

O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, informou nesta quarta-feira, 19, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lhe disse que, na reunião que terá à tarde no Palácio do Planalto com o governador do Estado de São Paulo, José Serra (PSDB), os dois conversarão sobre a votação da proposta de reforma tributária, prevista para esta quarta na comissão especial da Câmara que trata do assunto. Segundo relato do ministro, o presidente disse que a negociação sobre a venda do banco Nossa Caixa para o Banco do Brasil (BB) não está na pauta do encontro.   Veja também: Ação da Nossa Caixa sobe mais de 80% com interesse do BB Governo age por vaidade, diz associação de minoritários do BB Lula quer Banco do Brasil de volta ao topo do ranking Veja o que muda com a Medida Provisória 443 De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise    A uma pergunta se essa informação não poderia derrubar as ações da Nossa Caixa, já que há expectativa de fechamento do negócio no dia de hoje, Múcio respondeu: "O que eu posso informar é que não está. Eu hoje perguntei ao presidente, e ele me disse que não está na pauta e que a conversa é sobre reforma tributária." O ministro fez, porém, a seguinte ressalva: "Não está na pauta, mas, se você me perguntar se eles não vão conversar (sobre a Nossa Caixa), eu não posso garantir."   Múcio disse não saber o motivo da demora na conclusão da negociação sobre a venda da Nossa Caixa. A uma pergunta se o problema seria um eventual temor do governo Lula em liberar dinheiro para o governador Serra (possível candidato a presidente em 2010), o ministro respondeu que não. E acrescentou: "O que traz perigo é a falta de dinheiro no mercado, que pode inibir o crescimento." Segundo Múcio, o primeiro desafio do governo não são as próximas eleições (de 2010), e sim o enfrentamento dos efeitos no Brasil da crise internacional.   O ministro de Relações Institucionais chegou nesta tarde ao Ministério da Fazenda para uma reunião com o ministro Guido Mantega sobre a votação da proposta tributária. Segundo Múcio, a aprovação da reforma ainda em 2008 dependerá do clima no Congresso. Na avaliação dele, "já é um passo" a aprovação da proposta na comissão especial da Câmara.   Sobre a possibilidade de a reforma tributária ser votada pelo Legislativo somente em 2009, Múcio reafirmou que isso dependerá do clima no Congresso e da repercussão dos debates que serão travados hoje na da comissão especial da Câmara.   Crédito   Múcio disse que o travamento do crédito ainda é uma preocupação de Lula. "O capital de giro é sempre uma preocupação", afirmou. Segundo ele, o presidente tem orientado sua equipe a para que não falte crédito para as exportações e para que o crescimento da economia não seja prejudicado. Ele destacou que a preocupação do presidente é para que a crise não gere desânimo naqueles que estavam contribuindo para o crescimento da economia brasileira. O ministro ponderou, entretanto, que a avaliação é de que o Brasil vai conseguir passar por esse momento de crise financeira internacional com "esforço e da forma esperada".   Ele disse que os dados mostram que é preciso ter cuidado porque alguns países já foram afetados. "Nós temos sintomas aqui e ali. Quando acende uma luz amarela, o governo tem de tomar as providências", disse.   Sobre as taxas de juros elevadas do Brasil, o ministro disse que todo mundo reclama e é uma reclamação antiga do vice-presidente José Alencar. Ele acrescentou, no entanto, que é o Banco Central o responsável em resolver o problema e ele entende que é um instrumento para combater a inflação.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.