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Lula encontra empresários e deve anunciar corte de impostos

Minipacote de bondades, discutido na quarta-feira no Ministério da Fazenda, tem como centro a reforma do IR

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Por Redação
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está reunido na manhã desta quinta-feira, 11, com cerca de 30 empresários de diversos setores para discutir a situação econômica do País. A reunião estava marcado para as 10 horas, mas começou atrasada. A previsão é de que ele apresente um minipacote de bondades que incluiria reduções em impostos importantes, como Imposto de Renda, IPI e IOF. Veja também: Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Em exposição durante a reunião, Lula voltou a ressaltar a necessidade de manter a população esclarecida sobre a crise. "O cidadão não esclarecido, mesmo com dinheiro na mão, não compra", disse o presidente, em rápido registro de imagem feito por fotógrafos e cinegrafistas, da reunião que prossegue agora, a portas fechadas. As medidas de alívio fiscal foram discutidas na tarde de quarta-feira no Ministério da Fazenda e, se foram aprovadas pelo presidente, devem ser conhecidas hoje. Entre as ações estudadas estava a criação de novas alíquotas do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), todas abaixo do teto atual, que é de 27,5%, para dar um alívio à classe média e liberar dinheiro para o consumo. A reforma da tabela do IRPF era, segundo se discutia ontem, a peça principal do minipacote. Além do alívio aos assalariados, estava sobre a mesa o corte do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas e jurídicas - uma forma de reduzir o custo do crédito, tão criticado por governo e empresários. A indústria também pode ser beneficiada com reduções pontuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). As montadoras são fortes candidatas a esse benefício. Os técnicos haviam descartado outras propostas ventiladas, como a desoneração da folha e a dispensa temporária de recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A grande dificuldade, nas discussões de quarta, era acomodar as medidas na previsão de arrecadação de 2009. Existia um limite para as bondades, que era algo em torno de R$ 15 bilhões. Para não ultrapassar esse valor máximo, medidas entravam e saíam do pacote a cada minuto. "Está o maior quebra-pau", descreveu um auxiliar do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Um dos poucos pontos de concordância era a reforma da tabela do IRPF. Não se sabia, porém, qual seria a intensidade do alívio tributário. O mais provável é que o governo mantenha a correção das faixas atuais do imposto nos 4,5% já previstos em lei e, como novidade, institua duas novas alíquotas, de 10% e 25%, que se juntariam às atuais, de 15% e 27,5%. Atualmente, por exemplo, quem recebe salário de R$ 10 mil tem seu salário repartido em três fatias: os primeiros R$ 1.372,81 são isentos; a segunda parcela até R$ 2.743,25 é tributada em 15%, e a fatia entre esse valor e os R$ 10 mil sofre um desconto de 27,5%. Ao criar alíquotas intermediárias de 10% e 25%, o governo proporciona um alívio tributário que, segundo apurou o Estado, pode ultrapassar os R$ 1 mil por ano para alguns contribuintes. Barrado O presidente da Brasil Telecom, Ricardo Knoepfelmacher, foi barrado na portaria do Palácio do Planalto, e não pôde participar da reunião. O nome do executivo não constava da lista de convidados. Nem mesmo após uma consulta dos seguranças à Assessoria do Palácio do Planalto, o executivo foi autorizado a entrar. Knoepfelmacher saiu visivelmente irritado do local, acompanhado de um assessor, e não quis conversar com os jornalistas que presenciaram a cena. Veja a lista dos participantes da reunião: Antonio Maciel Neto (Suzano de Papel e Celulose) Armando Monteiro Neto (CNI) Benjamin Steinbruch (CSN) Carlos Augusto Lira Aguiar (Aracruz Celulose) Carlos Ermírio de Moraes (Votorantim) Carlos Jereissati (Oi) Cledorvino Belini (Fiat) Constantino Júnior (Gol) David Barioni Neto (TAM) Demian Fiocca (Vale) Emílio Odebrecht (Odebrecht) Fabio Barbosa (Febraban) Flávio Roberto de Azevedo (IBS) Hector Nunez (Wal-Mart) Ivan Zurita (Nestlé) Jackson Schneider (Anfavea) Joesley Batista (Friboi) Jaime Ardila (GM) Jorge Gerdau Johannpeter (Grupo Gerdau) Luiz Fernando Furlan (Sadia) Marcio Cypriano (Bradesco) Marcos Oliveira (Ford) Milton Cardoso (Grendene/Vulcabrás) Sérgio Andrade (Andrade Gutierrez) Roberto Oliveira de Lima (Vivo) Roberto Setúbal (Itaú/Unibanco) Rubens Ometto (Cosan) Thomas Schmall (Volkswagen do Brasil) Victorio de Marchi (Ambev) Além deles participam também, da parte do governo, os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Planejamento, Paulo Bernardo; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. (com Lu Aiko Otta e Sérgio Gobetti, de O Estado de S. Paulo, e Leonardo Goy, Leonencio Nossa e Isabel Sobral, da Agência Estado)

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