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Lula fala de energia com países nórdicos

Presidente visita a Finlândia, Suécia, Dinamarca e Noruega

Foto do author Vera Rosa
Por Lisandra Paraguassu , Vera Rosa , COPENHAGUE e ESTOCOLMO
Atualização:

Na primeira visita de Estado aos países nórdicos - Finlândia, Suécia, Dinamarca e Noruega -, que começa hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai atuar como garoto-propaganda dos biocombustíveis e do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Não terá dificuldades para vender suas idéias: na Escandinávia, Lula encontrará platéias atentas e interessadas, principalmente no desenvolvimento de energia limpa. "Sentou comigo diante da mesa vai ter que ouvir falar de biocombustível", avisou o presidente. "Não importa quem seja." Considerados os países mais "verdes" do mundo, os quatro nórdicos têm metas próprias para redução do uso de gasolina, desenvolvem pesquisas alternativas e vêem com bons olhos o trabalho conjunto com o Brasil. Na Suécia e na Dinamarca, Lula assinará acordos de cooperação para desenvolvimento dos biocombustíveis. Com a meta de atingir 5,75% de etanol adicionado à gasolina até 2010, a União Européia deverá ser um dos principais mercados de exportação desse produto. A Suécia, por sua vez, já tem uma frota de 43 mil veículos flex (movidos a gasolina e álcool) e figura hoje como a maior compradora de etanol brasileiro na Escandinávia, embora produza uma parte do que consome a partir do trigo e da cevada. Dos quatro países que serão visitados por Lula, a Noruega é a única que não integra a União Européia. Apesar de ser auto-suficiente em energia e ostentar o título de terceiro maior exportador mundial de petróleo - só perdendo para Arábia Saudita e Rússia -, também manifestou interesse em desenvolver a área de biocombustíveis. A Noruega investe no Brasil dez vezes mais que na China e até agora uma de suas parcerias mais sólidas é entre a Statoil e a Petrobrás. O mercado de biocombustíveis também crescerá muito na Dinamarca, de acordo com o embaixador Jarl Frijs-Madsen, secretário de Comércio Exterior e Investimentos do Ministério das Relações Exteriores dinamarquês. "Nossa meta é ainda mais rígida, de atingir 10% de etanol adicionado à gasolina até 2020. Definitivamente, esse será um mercado para o etanol brasileiro", disse ele. Um dos principais pontos da visita de Lula à Dinamarca é a assinatura de um acordo para desenvolvimento do chamado etanol de segunda geração - feito com sobras da agricultura, como bagaço da cana-de-açúcar. Já na Suécia será assinado protocolo para criação de um mercado internacional de biocombustíveis. De qualquer forma, o governo Lula pretende ver crescer as importações suecas de etanol e baterá nessa tecla durante seminário sobre bioenergia, previsto para quarta-feira, em Estocolmo. Embora a Suécia já compre do Brasil, o combustível ainda não consta da lista dos oito principais produtos que compõem 85% das importações suecas. Com um mercado consumidor de 23 milhões de pessoas e uma das rendas per capita mais altas do mundo, os países nórdicos têm, atualmente, comércio de quase US$ 4 bilhões com o Brasil e mostram interesse em aumentar a cifra. "Essa missão vai divulgar muito nossa carteira de investimentos", disse a embaixadora Maria Edileuza Fontenele Reis, diretora do Departamento da Europa no Itamaraty. "Em todos os países haverá seminários sobre oportunidades no Brasil e o presidente apresentará o PAC, que destina mais de US$ 250 bilhões a obras de infra-estrutura." Acompanhado por 50 empresários, Lula começará a visita por Helsinque, capital da Finlândia. Lá, um seminário foi especialmente montado pela FinPro, organização criada para ajudar na internacionalização das companhias finlandesas. Hoje, 43 empresas daquele país atuam no Brasil e várias pretendem aumentar os investimentos. Dois dias depois, em Copenhague, Lula e o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, terão encontro com empresários na Confederação das Indústrias da Dinamarca.

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