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Lula: País será cauteloso na exportação de arroz

Por ANNE WARTH E FAUSTO MACEDO
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o governo tomou uma decisão cautelosa ao cogitar a suspensão das exportações de arroz. Na avaliação dele, antes de exportar o produto, é preciso saber se o volume de arroz que será produzido com a nova safra será capaz de atender a demanda interna. "Nós tomamos uma decisão de sermos cautelosos na exportação de arroz, porque o Brasil tem pouco mais de um milhão de toneladas em reserva, mas não podemos exportar antes de ver a nova safra. Não queremos correr o risco de faltar alimentos no Brasil", disse o presidente, em entrevista coletiva à imprensa, após participar da inauguração da nova unidade petroquímica da Braskem, em Paulínia, interior paulista. "Nós vamos continuar exportando, mas há um problema de crescimento do consumo", acrescentou. Lula comparou a situação do arroz com a quebra da safra de feijão no ano passado, que, segundo ele, não causou preocupações ao governo. "Nós tivemos um crise em Irecê (BA), e o Paraná diminuiu a produção em 29%. Mas como o feijão é uma cultura que dá em três meses, ou seja, se planta e se colhe, estamos tranqüilos, porque é uma coisa muito passageira", afirmou. Em relação ao trigo, o presidente admitiu haver preocupação por parte do governo, uma vez que a Argentina, o principal exportador do produto ao País, criou um imposto para inibir as vendas externas e cancelou a emissão de registros de exportação. "Ou seja, vamos ter que importar trigo de outros locais e vamos ter que produzir trigo para que um dia possamos nos tornar auto-suficientes", declarou.

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