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Lula pede a ministros ?voz única? sobre negociação da Alca

O ministro Celso Amorim, que participou da reunião com o presidente, afirmou que o governo brasileiro decidiu iniciar as negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e Estados Unidos (4+1)

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu a seis ministros, em reunião hoje no Palácio do Planalto, que "falem com uma voz única" sobre as negociações da Área de Livre Negociação das Américas (Alca), afirmou o chanceler Celso Amorim. A reunião serviu para unificar o discurso de governo sobre o tema em função da visita do representante de Comércio dos Estados Unidos, Robert Zoellick, que chega amanhã ao Brasil. O chanceler esclareceu que um eventual acordo entre Mercosul e Estados Unidos não elimina a possibilidade de continuar as negociação es da Alca. "Não está excluído um eventual acordo guarda-chuva mais amplo", disse. Amorim destacou que o governo brasileiro ainda precisa conversar com os parceiros do Mercosul. "É aquela história do Garrincha. Você tem que combinar com o outro lado", disse numa alusão ao ponta-direita da Seleção Brasileira Mané Garrincha. O jogador, nos anos 60, deu a mesma resposta a um técnico que lhe apresentou uma estratégia de ataque. Argentina e Uruguai já se manifestaram favoravelmente e até ameaçara m partir para uma negociação com os Estados Unidos separados do Mercosul. O Brasil tem defendido a tese de que é preciso manter a coesão do bloco em todas as negociações. Amorim afirmou que o governo brasileiro decidiu iniciar as negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e Estados Unidos (4+1). "A gente tomou a decisão de explorar este caminho", disse. Para o chanceler, os Estados Unidos já tornaram as negociações da Alca bilaterais ao apresentarem propostas diferentes para os blocos de países da região. "No que diz respeito ao acesso de mercados, as negociações já estão de certa forma bilateralizadas, nós queremos tirar o máximo de proveito", justificou. "A nós interessa uma negociação concentrada em acesso a mercados e a remoção de barreiras aos nossos produtos comerciais e agrícolas. Amorim disse que é preciso clarear os temas que serão tratados na negociação. "Precisamos ver o que fica no bilateral (4+1), o que fica no multilateralismo da Alca e o que fica para as negociações na OMC Organização Mundial do Comércio", afirmou.

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