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Lula pede estudo sobre crise de alimentos

Por Jamil Chade e Acra
Atualização:

O governo brasileiro quer que a Organização das Nações Unidas (ONU) faça um estudo detalhado sobre a situação da crise de alimentos no mundo e de seus motivos. O objetivo foi interpretado pela ONU como uma tentativa de garantir um documento que prove, de forma definitiva, que o etanol não é o culpado pela alta nos preços das commodities e desfazer as críticas contra o carro-chefe da diplomacia brasileira: o biocombustível. Ontem, em conversa de uma hora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a aprovação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, para a expansão dos programas de etanol. Já Ban pediu o apoio do presidente brasileiro para a realização de uma cúpula de chefes de Estado para tratar da crise. "O etanol não é o culpado", afirmou Ban ao Estado ao deixar a reunião com Lula. Diante dessa posição do secretário-geral da ONU, Lula aproveitou para insistir por um estudo detalhado que mostre quem são os responsáveis. O presidente ainda convidou Ban para uma conferência internacional que o Brasil vai realizar em novembro para debater o futuro do etanol. Para lidar com a crise imediata, a ONU anunciou a criação de um grupo de trabalho que vai estudar não apenas o pedido do Brasil, mas também como garantir a segurança alimentar, produtividade agrícola, a utilização de terras e mecanismos de financiamento. "Temos todo o apoio do Brasil para atuar", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas. Ban ainda trabalha nos bastidores para a convocação de uma cúpula e, assim, garantir apoio a suas idéias. "Peço aos líderes da comunidade internacional que sentem juntos e dêem ao tema total atenção. O mundo precisa tomar medidas urgentes", apelou o secretário-geral. A preocupação de Ban é que a crise no setor de alimentos possa desencadear outras crises, até mesmo de segurança internacional.

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