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Lula quer consolidar projeto de integração entre Mercosul e países andinos

Por Agencia Estado
Atualização:

O encontro entre os presidentes da América do Sul, nos próximos dias 6 e 7 em Cuzco, no Peru, será marcado pela consolidação de um dos antigos objetivos da política externa brasileira. Ontem, o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que será criado, durante o evento, a Comunidade Sul-americana de Nações - um projeto de integração assentado no acordo de livre comércio entre o Mercosul e o bloco de países andinos e no interesse dos 12 países na integração física da região. Em resposta à pressão de uma parcela do empresariado brasileiro para que o Mercosul seja reduzido a apenas uma zona de livre comércio, Lula insistiu que a criação da nova comunidade sul-americana é um reflexo da inexistência de crise dentro do bloco que, em ponto de vista, está "fortalecido". Pouco depois, no mesmo seminário, seu assessor especial para Assuntos Internacional, Marco Aurélio Garcia, informou que a diplomacia brasileira está negociando a proposta da Argentina que prevê a possível adoção de salvaguardas no comércio entre os quatro sócios - uma idéia rejeitada nos últimos quatro anos pelo Brasil, que a considerava contrária ao livre comércio no bloco e prejudicial a seus interesses estratégicos. Projeto O projeto de integração da América do Sul nasceu, a rigor, durante o governo de Itamar Franco, na forma da proposta de criação da Área de Livre Comércio da América do Sul (Alca). Ou seja, como uma contraposição regional à anunciada Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Nos últimos anos, tornou-se mais visível com a criação da Iniciativa de Integração de Infra-estrutura da América do Sul (IIRSA), durante o primeiro encontro de presidentes da região, em 2000, no governo Fernando Henrique Cardoso, e com a retomada da negociação do acordo comercial entre o Mercosul e o bloco andino, na gestão Lula. Assinado preliminarmente em dezembro do ano passado, esse acordo de livre comércio deverá ser concluído definitivamente até a próxima Reunião de Cúpula do Mercosul, nos dias 16 e 17 de dezembro. Há um ano, o Mercosul já havia ampliado o número de países associados, ao firmar acordos de livre comércio com o Peru e a Venezuela. Para Garcia, a criação da nova comunidade não pode ser vista como uma iniciativa de "pouca substância". Conforme argumentou, o projeto deverá conferir maior consistência ao processo de integração física da América do Sul, que reúne obras nas áreas de transportes, de energia e de telecomunicações.

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