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Lula quer controle da inflação a qualquer custo, diz Coutinho

"Poderemos passar por um período de sacrifício, mas a manutenção (da inflação) é o cimento da confiança"

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast) e da Agência Estado
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse hoje que a inflação tem preocupado o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, mas a orientação dada pelo presidente às equipes do governo é que a inflação será mantida sob controle. "Poderemos passar por um período de sacrifício, mas a manutenção (da inflação sob controle) é o cimento da confiança", disse, durante o Congresso da Indústria 2008, realizado em São Paulo pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com a participação de 3 mil empresários. Segundo Coutinho, os juros serão cadentes no médio e longo prazos, e este quadro dá a segurança ao governo de que o ciclo de investimento não será "desarmado". "A pressão inflacionária é transitória e veio mais de fora do que de dentro", analisou, citando como três origens claras de impacto sobre os preços o petróleo, os metais e os alimentos. O presidente do BNDES disse também que, no momento atual, as perspectivas para o Brasil são muito positivas, com os fundamentos macroeconômicos bem assentados. "O mercado de crédito e o mercado de capitais têm grande potencial de expansão e mesmo a crise internacional não derrubou o mercado brasileiro", considerou. Ele acrescentou ainda que o emprego e a renda estão em fase de crescimento e que o consumo das famílias tem sido em parte sustentado por projetos sociais do governo. "Isso cria demanda e colabora com as perspectivas de crescimento", ressaltou. Coutinho salientou que a taxa de retorno das empresas sobre o patrimônio líquido tem sido de 14% nos últimos anos e que uma das principais bases da expansão da economia tem sido o reinvestimento dos lucros obtidos pelas companhias. "A rentabilidade do setor privado tem sido vista nos últimos três anos em níveis não observados há muito tempo", enfatizou.