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Lula quer falar com Morales sobre EBX

A Bolívia anunciou, depois de a EBX informar oficialmente que abandonará o país, que o Estado tentará expropriar o investimento já realizado pela companhia

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, no lançamento do Feirão da Casa Própria, realizado pela Caixa Econômica Federal, em São Paulo, que pretende falar com o presidente da Bolívia, Evo Morales, sobre a crise entre o governo daquele país e a empresa brasileira EBX, que se preparava para investir US$ 330 milhões na construção de um complexo siderúrgico. A Bolívia anunciou, depois de a EBX informar oficialmente que abandonará o país, que o Estado tentará expropriar o investimento já realizado pela companhia no município de Puerto Quijarro, próximo à fronteira com o Brasil. A afirmação foi feita pelo vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, ao jornal de La Paz, La Prensa, no último dia 25. Segundo Lula, Evo Morales tem o direito de defender os interesses da Bolívia, mas, mesmo sem ter sido procurado pela Petrobrás ou pela própria EBX, pretende conversar sobre o assunto com ele. Gasoduto O projeto de construção de um gasoduto com quase 10 mil quilômetros de extensão, podendo ser orçado em até US$ 25 bilhões, com prazo de conclusão em seis anos, é economicamente viável, na visão do presidente. "Será um projeto extraordinário e, certamente, se o concluirmos, será o projeto do século. Porque é um gasoduto que pode resolver o problema energético em toda a América do Sul", opinou. "Não é um gasoduto que nós temos que lançar de forma precipitada. Temos que ver a viabilidade do projeto, a viabilidade econômica e o que a gente vai construir em torno deste gasoduto", acrescentou. Lula avaliou também como fundamental a participação da Bolívia no projeto, tornando-se fornecedora do gás natural em conjunto com a Venezuela. "Na minha opinião, nenhum país deve ficar fora do empreendimento", ressaltou. O projeto deverá ser apresentado oficialmente, de acordo com Lula, entre o final de julho e o início de agosto. "Vamos fazer todas as viabilidades econômicas, as coisas boas, e as ruins do projeto para que, quando anunciarmos, a gente já tenha, inclusive, financiamento para este gasoduto, que é uma obra vultosa e que vai dar independência energética para a América do Sul", justificou.

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