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Lula quer medidas que ajudem setores exportadores

Segundo Furlan, Lula determinou que sejam criadas estas medidas, já que a valorização do real tem prejudicado as exportações

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o governo busque mecanismos que ajudem setores exportadores que têm enfrentado dificuldades com a valorização do real a manterem as exportações em alta. Segundo ele, diversas medidas já começam a ser conduzidas em áreas como calçados e automóveis. "Há uma determinação do presidente de que, para os setores que estão enfrentado concretamente dificuldades de competir no exterior, nós precisamos encontrar mecanismos que dêem suporte para que as exportações continuem", afirmou o ministro, que participou hoje de um café da manhã organizado pela Câmara Britânica de Comercio e Indústria no Brasil. Em alguns setores, o governo já conseguiu implementar algumas medidas. No setor calçadista, Furlan destacou o financiamento de capital de giro. No setor automotivo uma das medidas citadas pelo ministro foi a aprovação pelo Banco nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES)de uma linha de crédito no valor de R$ 500 milhões. Volkswagen Os problemas para a exportação levaram a Volkswagen a anunciar nesta semana que inicia um processo de reestruturação, o qual inclui a demissão de quase 6 mil funcionários. Segundo a montadora, esta medida é resultado da decisão da empresa de reduzir a produção. A Volkswagen alega que, com o real valorizado, não há vantagem nas exportações e, portanto, reduzir a produção é necessário neste momento. O presidente da Volkswagen do Brasil, Hans Christian Maergner, solicitou uma reunião com Furlan, com o único objetivo de apresentar detalhadamente o plano de reestruturação mundial da companhia. Segundo o porta-voz da empresa, o encontro, que ocorre na manhã de hoje entre Furlan e Maergner, na sede do BNDES, em São Paulo, não pretende, em momento algum, pedir ao governo alguma medida de socorro à companhia. Em entrevista concedida pouco antes da reunião, Furlan explicou que ele próprio não tinha propostas específicas a apresentar à empresa, esclarecendo que iria apenas ver as colocações do executivo. Furlan, que também afirmou que o governo tem estudado medidas capazes de ajudar o setor automotivo como um todo a enfrentar a perda de competitividade das exportações, admitiu que outras empresas da área também enfrentam uma situação difícil. Mas ressaltou que nenhuma delas demonstrou estar em situação "tão dramática" quanto a Volkswagen. "Mas várias empresas já sinalizaram, a partir do início do ano passado, a possibilidade de redução das exportações por força, principalmente da valorização cambial", observou.

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