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Lula quer prioridade zero para crise do agronegócio

A determinação foi dada ontem, logo após reunião com o ministro Rodrigues, os ministros da área econômica e da Casa Civil

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, revelou hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que a adoção de medidas para aliviar a atual crise do agronegócio passe a ser "prioridade zero" no governo. A determinação foi dada ontem, logo após reunião com o ministro Rodrigues, os ministros da área econômica e da Casa Civil. "O presidente Lula quer que um plano de safra com mais dinheiro e mais barato seja anunciado antes do final de maio", disse o ministro, após abrir o I Encontro Interamericano de Biocombustíveis, em São Paulo. Durante a reunião, foi formado um grupo de trabalho que terá que encontrar mecanismos que equacionem a crise. O grupo deve trabalhar em duas frentes já conhecidas: a adoção das chamadas medidas estruturantes (das quais fazem parte o seguro rural) e de ações emergenciais, como as divulgadas há um mês, envolvendo apoio à comercialização e renegociação de dívidas. Segundo ele, este pacote emergencial resolve 70% dos problemas imediatos dos produtores. Ele, entretanto, reconheceu que as medidas não conseguiram resolver questões graves como o forte aumento do custo de produção. Problemas colocam em risco controle da inflação Rodrigues crê que o governo entendeu que o problema transcende a crise deste ano e que poderá, a médio e longo prazos, ter implicações sobre o controle da inflação. "Teremos uma redução de 12% na área plantada e isso, associado a uma eventual mudança no câmbio, fará as commodities mais caras e terá impacto na inflação", avalia. "Hoje os problemas da agricultura são muito maiores que há dez anos porque a agricultura é muito maior." Quanto às reivindicações que os produtores têm feito por todo o País, o ministro negou que as tivesse considerado inviáveis. Ontem, depois de um encontro com produtores do Centro-Oeste, Rodrigues teria dito que os pedidos eram "impraticáveis". "O que eu disse ontem é que nada é impraticável, mas acho que fui mal interpretado", afirmou, reiterando que considera legítimos os protestos. Protestos Os produtores rurais continuam realizando protestos em várias regiões do País. A classe pretende chamar a atenção da população a respeito da crise financeira do setor, em virtude da política agrícola e cambial do governo federal. O baixo dólar fez com que as exportações diminuíssem, o que gerou maiores perdas e aumento da dívida dos produtores. Hoje, produtores rurais do oeste paulista estavam concentrados, por volta das 10h30, no quilômetro 545 da Rodovia Raposo Tavares, proximidades de Taciba, na região de Presidente Prudente, para simular o "enterro" do presidente Lula. O ato faz parte do protesto contra a política econômica e agrícola do governo - o chamado "Grito do Ipiranga" - que chega ao Estado de São Paulo.

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