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Lula: Se a economia parar, 'estamos desgraçados'

Por Raquel Massote
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje, em discurso na entrega de apartamentos na Vila Fátima, em Belo Horizonte, que o Brasil é o país que tem apresentado menos problemas decorrentes da crise financeira global. Ele destacou as medidas do governo para prevenir os efeitos da crise. "Todas as medidas que estamos tomando são para facilitar o crédito." Para o presidente, a manutenção dos investimentos dos governos também vai estimular a economia. "Por isso nós tomamos uma atitude de não parar nenhuma obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)." Lula afirmou ainda que tem dito a todos os governadores e prefeitos para não interromper nenhuma obra e não diminuir os investimentos previstos, porque a manutenção dos projetos significará a continuação da geração de empregos. "Se a gente permitir que a economia pare, estamos desgraçados." No discurso feito aos trabalhadores do Aglomerado da Serra, na zona Sul de Belo Horizonte, Lula disse que, em função das notícias que vêm sendo publicadas, a população tem reduzido o consumo com medo de perder o emprego, "mas a lógica perversa da economia" é que, se não houver consumo, vai haver desemprego. No entanto, ele reiterou que a economia brasileira é madura. "Temos reservas cambiais, temos dinheiro no Tesouro para financiar o crédito." O presidente mandou um recado aos bancos brasileiros. "Os bancos têm que baixar os juros e a indústria teria que baixar o preço dos produtos para que o número de prestações caiba no bolso do consumidor. Porque, se não agir assim, a economia vai parar, aí sim vão perder o emprego." Lula lembrou que o Brasil tem apresentado os menores índices de desemprego da história desde que o índice começou a ser medido, e que o País tem tido os maiores níveis de investimento em infra-estrutura desde o governo Geisel. "Temos que trabalhar para que essa crise não permita que haja retrocesso no Brasil." Mais uma vez, o presidente enfatizou que existem pessoas que torcem para que as coisas dêem errado e para que a crise derrote o governo. No entanto, de acordo com ele, "se a crise vier, o derrotado não será o governo, será o País". Lula afirmou que na reunião ontem, em Brasília, com grandes empresários do País, disse aos presentes que para enfrentar a conjuntura atual cada um tem que fazer sua parte, assim como os governos estaduais, municipais e os trabalhadores. O ideal, afirmou, é que todos façam o que têm de fazer, para que o Brasil perca o menos possível. Ao final do discurso, o presidente enfatizou seu gosto por desafios: "A coisa que mais gosto é ser provocado. Eu estou sendo provocado por uma crise mundial que não tem nada a ver com o País". E disse que o Brasil vai vencer a crise: "Vamos sair muito mais bem preparados do que quando entramos nela". Lula inaugurou hoje a Avenida do Cardoso e entregou 88 apartamentos na Vila de Fátima, que integra o Aglomerado da Serra. Os investimentos totais foram de R$ 195,8 milhões, de recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa Econômica Federal e do PAC Urbanização de Favelas, além de Recursos do Ministério das Cidades. A solenidade contou com a presença do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), do prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), e dos ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social e Combate à Fome) e Marcio Fortes (Cidades). Ao final do evento, Lula seguiu para a base aérea da Pampulha, de onde embarca para Santa Catarina.

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