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Lupi: foco de novas medidas do governo será a indústria

Por ISABEL SOBRAL E LEONENCIO NOSSA
Atualização:

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, disse hoje que o foco das novas medidas do governo para estimular a economia será o setor industrial. Segundo o ministro, o resultado negativo na geração de emprego em dezembro por este setor preocupou o governo. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o último mês de 2008 registrou o fechamento líquido de 273.240 postos de trabalho pela indústria. Particularmente a indústria paulista, de acordo com o ministério. "A indústria é o setor mais afetado pela crise e a que tinha o estoque mais alto de trabalhadores", afirmou Lupi durante entrevista coletiva à imprensa em que anunciou os dados do Caged. Somados à indústria os outros setores, houve perda de quase 655 mil empregos em dezembro. Ainda de acordo com o ministro, a expectativa é de que o mercado formal de trabalho permaneça "fraco" ainda em janeiro e fevereiro. "Em março acredito que teremos uma retomada (oferta de emprego)", disse. O ministro voltou a defender queda na taxa Selic pelo Banco Central como forma de estimular o ritmo de crescimento da economia. Ele chegou a arriscar uma aposta para a reunião do Comitê de Política Monetária que começa amanhã e termina na quarta-feira. "Acho que 0,50 ponto é o mínimo que podemos esperar. Já estou sendo chamado de José Alencar 2 por cobrar tanto a queda do juro", disse. A Selic está atualmente em 13,75% ao ano - com queda de 0,50 ponto porcentual, iria para 13,25%. Lula O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está otimista em reverter o quadro de aumento do desemprego. Em entrevista nesta tarde, o porta-voz do Palácio do Planalto, Marcelo Baumbach, relatou que Lula disse acreditar que o País tem condições de enfrentar a crise financeira e "esses números", referindo-se aos dados do Caged. Empréstimo Lupi informou hoje que a indústria do Estado de São Paulo recebeu R$ 2,97 bilhões em empréstimos com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no período de janeiro de 2006 a março de 2008, segundo levantamento de técnicos do ministério. A pesquisa tem data de 16 de janeiro deste ano. Os dados foram apresentados por Lupi em resposta ao desafio feito pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, (Fiesp), Paulo Skaf, na semana passada, quando criticou os comentários do ministro de que o governo estaria salvando empresas com recursos dos trabalhadores e ainda assim demitindo funcionários. Ao divulgar o levantamento por setores, Lupi ressaltou que esses empréstimos usaram recursos dos depósitos especiais do FAT, que têm juros "mais baixos" do que no mercado, uma vez que são cobrados a taxa de juros de longo prazo (TJLP), atualmente de 6,25% ao ano, mais 5% ou 6% ao ano. "Estou respondendo ao desafio do presidente da Fiesp", explicou. A taxa Selic, em comparação, está em 13,75% ao ano. Ainda sobre o FAT, Carlos Lupi disse que divulgará na quarta-feira, em entrevista, o resultado da arrecadação do FAT em 2008, que, segundo ele, mostrará crescimento dos recursos ante 2007.

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