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Lupi: queda na geração de emprego deve-se à entressafra

Por Renata Veríssimo
Atualização:

O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, afirmou hoje que a queda na geração de empregos formais (com carteira assinada) registrada em maio deste ano, na comparação com maio do ano passado, se deve a "um fator sazonal no setor sucroalcooleiro". Segundo o ministro, no mês de maio foram fechados 7 mil postos de trabalho no Estado de Alagoas por causa do período de entressafra na produção de cana-de-açúcar. "Só isso explica essa diferença de um ano para o outro", disse. Pelos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados hoje pelo ministério, foram gerados em maio deste ano 202.984 empregos com carteira assinada, ante 212.217 registrados em maio de 2007. "Não é um efeito de contaminação do processo macro de geração de emprego. É uma sazonalidade de um Estado e de uma área específica." Lupi enfatizou o resultado do Caged no acumulado de janeiro a maio de 2008, que já ultrapassou a marca de mais de um 1 milhão de novos empregos formais. "Tivemos um começo de ano muito forte na demanda interna", avaliou. Segundo o ministro, a cada dia se confirma a sua previsão de um novo recorde de geração de empregos formais no Brasil este ano. O Ministério do Trabalho projeta a abertura de mais 1,8 milhão de postos em 2008. Em 2007, foram 1,617 milhão. Lupi disse que o aumento do salário mínimo para R$ 415,00 este ano elevou o consumo, o que, por conseqüência, fez crescer a produção e os postos de trabalho na indústria. O ministro atribuiu o bom resultado no mercado à "pujança da economia brasileira". O ministro destacou a informação de que mais de 30 milhões de brasileiros trabalham, hoje, com carteira assinada. Inflação Lupi avaliou que o aumento dos índices de inflação não tem repercutido no mercado de trabalho. "A inflação é preocupante, é contra o assalariado, mas é o resultado de uma demanda interna aquecida, ou seja, de muita gente estar podendo comprar o que não podia", disse o ministro. Segundo ele, "uma pequena variação de inflação", de 0,5 ponto porcentual a um ponto porcentual não repercute em nenhum setor da produção. "Um pouco mais de inflação não quer dizer que vamos ter retração do emprego", disse. Lupi destacou, porém, que é preciso não perder o controle da inflação e disse que para isso "o Banco Central tem trabalhado com muita sabedoria nos últimos cinco anos". Para o ministro, o aumento dos juros só deverá impactar o mercado de trabalho em 2009 se continuar na trajetória de alta. Em seus dois últimos encontros, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto porcentual cada, para os atuais 12,25% ao ano.

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