14 de junho de 2015 | 03h00
Edison se destacou dos contemporâneos ao propor um sistema elétrico completo, que incluía geração e distribuição de energia.
Não adiantava nada criar a lâmpada sem garantir que a eletricidade chegasse à casa das pessoas, para acendê-la. Isso é o que separa invenção de inovação. Um invento só se transforma em inovação ao se mostrar comercialmente viável.
Conversei com Maryrose Silvester, presidente global da GE Lighting, que visitou o Brasil semana passada. A GE teve origem na empresa criada por Thomas Edison, e hoje participa da transição tecnológica que deixa para trás a tecnologia criada por seu fundador.
O principal interesse da GE Lighting hoje no Brasil é uma parceria público-privada (PPP) para atualizar a iluminação pública da cidade de São Paulo, substituindo as lâmpadas de vapor de sódio ou mercúrio pela tecnologia de LED.
As propostas dos consórcios devem ser entregues no dia 23. O valor estimado do contrato é de R$ 7,3 bilhões, para um período de 20 anos. Atualmente, a iluminação pública da cidade utiliza mais de 600 mil lâmpadas.
A atualização tecnológica promete, no mínimo, reduzir pela metade o consumo de energia.
Além disso, o sistema deve ser conectado por uma rede de dados, com georreferenciamento e um centro de controle remoto, para que o cidadão não precise mais ter de avisar caso uma lâmpada apresente defeito.
O que o projeto não prevê é explorar mais a fundo essa rede conectada. “A rede de iluminação pública é a espinha dorsal da cidade inteligente”, diz Maryrose Silvester.
Câmeras e sensores instalados nos postes podem captar informações que ajudem a atacar problemas importantes em segurança, trânsito e qualidade do ar.
A GE Lighting tem um piloto com a cidade de San Diego, nos Estados Unidos, para aplicar o sensoriamento à otimização do estacionamento nas ruas e à análise da poluição.
A iluminação pública inteligente é somente uma das ferramentas disponíveis para cidades inteligentes, conceito pouco aplicado no Brasil, e que quase não aparece nos discursos dos administradores públicos.
Com isso, perde-se a oportunidade de aliar recursos tecnológicos instalados nas ruas e análise de dados para reduzir congestionamentos, combater a criminalidade, melhorar educação e saúde, prevenir catástrofes e aumentar a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos.
Digitais:
Conversas
Estudo da MSLGroup mostrou que de 50% a 90% do conteúdo que aparece nas redes sociais sobre empresas de consumo tratam de produtos e serviços. A maior parte tem teor positivo. Por outro lado, publicações de consumidores que tratam do comportamento das empresas – em tópicos como conduta, transparência e direitos do consumidor – são quase sempre negativas.
Dinheiro
A tecnologia block chain, que está por trás da moeda virtual bitcoin, pode se tornar ferramenta importante para instituições financeiras. “Bitcoin é o caos”, diz Chris Skinner. Para especialista, tendência é de que transações globais com moedas tenham como base estrutura centralizada que adote a arquitetura descentralizada e de baixo custo do block chain. Skinner será palestrante do evento Ciab Febraban, terça-feira, em São Paulo.
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