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‘Com ou sem governo, faremos a reforma’, diz Maia

Em evento em Nova York, presidente da Câmara afirma que grave situação fiscal torna imperativas mudanças na Previdência Social

Por Ricardo Leopoldo e correspondente
Atualização:

NOVA YORK - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira, 15, ter acertado, em conversa com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que vão “fazer a reforma da Previdência Social, com o governo ajudando ou atrapalhando, com ou sem redes sociais”. Maia participou de evento promovido pelo Lide, organização de líderes empresariais, em Nova York.

Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro está convencido da importância em realizar a reforma da Previdência com o apoio do Congresso. “O presidente, agora com a total responsabilidade no Executivo, sabe que, sem a reforma, não vai poder cumprir as promessas de campanha de geração de emprego e de melhores condições de negócios para o setor privado.” Ele acrescentou que Bolsonaro reconhece a grave situação fiscal do Brasil. “Eu falo sobre o colapso social que a gente já entrou e, se não tomar cuidado, isso vai se aprofundar de forma muito ruim e perigosa.”

Maia destacou que o Legislativo deve construir consenso para avançar a MP que moderniza setor de saneamento básico Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Nesse contexto, o presidente da Câmara defende as reformas como a da Previdência Social e a tributária para reduzir os gastos obrigatórios federais, que estão próximos de 95%, e melhorar de forma expressiva os investimentos das empresas particulares. Maia afirmou ter falado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, que é preciso resolver problemas de todos os impostos no País, com uma abrangente e simplificadora reforma tributária, após a aprovação da reforma da Previdência. “Sabemos o tamanho da crise fiscal e social e não vamos fugir da nossa responsabilidade.”

Para o presidente da Câmara, há um maior empenho do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e do presidente Bolsonaro para ampliar o diálogo e ajudar na construção da maioria no Congresso para a aprovação da reforma da Previdência. Ele citou que o governo não atrapalha o debate de legisladores, mas poderia ter ajudado mais, pois demorou para estabelecer um contato mais amplo com deputados e senadores sobre o tema. “Tem semana que é melhor, tem semana que é pior”, disse Maia. “É um processo democrático onde as redes sociais têm uma influência muito grande e, em alguns momentos, geram conflitos. Mas a gente deixa esses conflitos para os seus ambientes.”

Na avaliação de Maia, os Poderes Executivo e Legislativo compreendem que são necessárias as reformas da Previdência, a tributária e de que há necessidade de ampliar a atenção aos gastos sociais do governo. “A população está mais pobre, o desemprego e o desalento aumentaram no Brasil. Temos de ter foco para reestruturar o Estado para que possamos cuidar dessas famílias que estão sem o suporte do Estado brasileiro.”

Colapso social

Maia afirmou que o problema do Brasil não está na PEC do Teto de Gastos, mas nas despesas obrigatórias, que representam quase 95% do dispêndio primário do Poder Executivo. “Nos últimos 30 anos, o Estado no País foi capturado por corporações públicas e privadas”, disse. “Caminhamos para o colapso fiscal e, se nada for feito, podemos chegar ao colapso social.”

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De acordo com Maia, o Parlamento precisa pensar saídas para o Estado brasileiro e para viabilizar o crescimento, dado que o “Brasil está em um encilhamento fiscal e social” e é preciso encontrar soluções à esta situação.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que a reforma da Previdência é a mais importante para elevar investimentos e empregos no País, pois sua aprovação pelo Congresso dará sinalização para investidores nacionais e internacionais de que haverá melhora das condições fiscais do Brasil, o que ajudará no avanço dos fundamentos da economia. “Só o setor privado pode fazer nossa economia girar no curto prazo.”

Ele pontuou que o presidente Bolsonaro, quando era deputado, votou contra a reforma da Previdência, mas, quando assumiu o atual cargo, se convenceu de que é necessária a reforma do sistema nacional de pagamento de benefícios para aposentados. “Sem a reforma da Previdência, todos nós estamos fadados ao fracasso no Brasil. Sem ela, não teremos nenhuma outra para salvar o País.”

Alcolumbre destacou que o Congresso Nacional terá coragem de aprovar a reforma da Previdência e os parlamentares estão empenhados com esse objetivo.

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