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Maia pressiona Meirelles por acordo de socorro ao Rio

Apesar da pressão, Ministério da Fazenda avalia que plano de recuperação fiscal só será assinado em 15 dias

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli
Atualização:

BRASÍLIA - Sucessor do presidente Michel Temer em caso de afastamento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), entrou em campo neta segunda-feira, 10, para tentar acelerar o fechamento do acordo de recuperação fiscal do Estado do Rio de Janeiro com a equipe econômica. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se encontrou com Maia para discutir os termos do acordo de socorro ao Estado, que permite a suspensão da dívida do Rio com a União por três anos.

Rodrigo Maia teve atritos com equipe econômica de Temer Foto: Dida Sampaio/Estadão - 29/6/2017

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Segundo apurou o Estadão/Broadcast, Meirelles foi à tarde até a residência oficial do presidente da Câmara, na Península dos Ministros, onde se encontrou também com parlamentares próximos a Maia. O acordo de socorro fiscal ao Estado vai abrir caminho ao pagamento dos salários dos servidores do Estado, base parlamentar do presidente da Câmara.

Ao longo de toda a discussão do projeto que criou o programa de socorro aos Estados mais endividados, Maia teve atritos com o ministro e sua equipe. As críticas também envolveram a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, considerada muito “dura” nas negociações.

O ministro acertou com Maia um encontro nesta terça-feira, 11, com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. Apesar da pressão, o Ministério da Fazenda avalia que o acordo só deverá ser assinado num prazo de 15 dias.

Um integrante da equipe econômica informou que o governo fluminense ainda está devendo uma série de dados à equipe do Tesouro Nacional. A falta desses dados está emperrando o acordo. Um dos pontos é relativo à modelagem de privatização da Cedae, a companhia de abastecimento de água estatal. 

Pezão vai tentar sensibilizar o ministro da Fazenda a assinar logo o acordo apresentando um quadro dramático do Estado. Na próxima sexta-feira vencem os salários de junho dos servidores, mas o governo fluminense ainda não teve recursos para quitar sequer a folha de abril. As pendências salariais de maio são ainda maiores.

Sem dinheiro. O quadro é considerado crítico pelo governo fluminense – tanto que Pezão estava determinado a ir a Brasília mesmo antes de ter a certeza de uma audiência com Meirelles. A falta de recursos já tem comprometido serviços básicos, admitem interlocutores do governador, e o tempo de atraso salarial só tem aumentado. Antes, o Rio conseguia saldar seus débitos com os servidores em até um mês a partir do vencimento da folha. Esse tempo subiu para quase dois meses. 

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Procurada, a Fazenda não quis comentar o andamento do acordo. Informou em nota que segue trabalhando no desenho do Plano de Recuperação Fiscal do Estado.

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