
14 de maio de 2016 | 16h25
Mas se a proposta incluir todos aqueles no território, algumas vozes apontam que isso poderia causar um fluxo de imigrantes ao país, apenas para garantir suas rendas. Para Oswald Sigg, ex-porta-voz do governo e favorável à ideia, a renda incondicional terá sérias chances de fracassar se ela for adotada apenas por um país.
Outro obstáculo destacado pelos grupos contrários à proposta é o risco de ela gerar um abandono de postos de trabalho por pessoa que ganhem menos do valor base, preferindo simplesmente ficar em casa. Para a entidade Bien, que defende a proposta, porém, esse argumento pode ser pontual.
Suíços discutem renda mínima de US$ 2,5 mil
Uma pesquisa realizada pelo grupo indica que apenas 2% dos entrevistados declararam que iriam abandonar seus empregos se tivessem uma renda incondicional. “Votar pela renda incondicional permitiria ao nosso país usar a 4.ª revolução industrial como uma verdadeira oportunidade”, diz o grupo. “A automatização poderia ser aceita como uma realidade.”
Entre os partidos políticos, a maioria é contra. Da esquerda moderada à extrema direita, a avaliação é de que a renda incondicional é mais uma “experiência artística” que hoje ameaçaria a economia e o sistema social suíço. “Esse projeto é uma forma de populismo intelectual”, disse no mês passado a deputada Géraldine Marchand-Balet, de centro-direita. “Que mensagem vamos dar a nossas crianças com tal sistema?”
Para Jean-François Rime, do partido de extrema-direita União Democrática Cristã, o custo econômico seria “pesado”, obrigando empresas a buscarem novos locais com mão de obra e atraindo ao país os “imigrantes com maior número de filhos”, na esperança de coletar maiores somas de dinheiro.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.