
18 de dezembro de 2019 | 10h00
RIO - Em meio a um cenário ainda de dificuldade de recuperação dos postos de trabalho formais extintos durante a crise, o mercado de trabalho se expandiu no último ano com mais profissionais atuando como motoristas por aplicativo e vendedores ambulantes. O número de pessoas trabalhando tanto em veículo automotor quanto em via pública alcançou patamar recorde em 2018. Há 1,060 milhão de brasileiros a mais nessa situação em comparação a 2017.
O País já tem 3,586 milhões de pessoas trabalhando em veículos, 810 mil a mais que no ano anterior, um aumento de quase 30%. Outros 2,304 milhões atuavam nas ruas, 249 mil a mais em um ano, 12,1% de crescimento no total de ambulantes. O cálculo exclui os empregados do setor público e os trabalhadores domésticos. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua): Características adicionais do mercado de trabalho, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em um ano, mais 905 mil trabalhadores passaram a atuar em local designado pelo empregador, patrão ou freguês, que inclui os entregadores a bordo de motocicleta e bicicleta, muitos também recrutados por aplicativo. Outras 670 mil pessoas passaram a trabalhar em casa, com grande predominância do trabalho por conta própria.
Em 2018, a população ocupada no setor privado no Brasil somava 74,4 milhões de pessoas. A principal redução, em números absolutos, ocorreu na quantidade de pessoas trabalhando em estabelecimento do próprio empreendimento, menos 1,847 milhão de pessoas em um ano, embora permaneça a modalidade com mais trabalhadores, 44,537 milhões.
Também houve queda relevante no total de trabalhadores em fazenda, sítio, granja e chácara, 128 mil a menos em relação a 2017, para um total de 7,972 milhões, menor patamar da série histórica iniciada em 2012.
O IBGE divulgou ainda que 5,6% dos 27,9 milhões de pessoas ocupadas como empregadores ou trabalhadores por conta própria em 2018, um total de 1,556 milhão, eram associados a uma cooperativa de trabalho ou produção.
Entre os ocupados como empregador ou trabalhador por conta própria, 29,0% estavam em empreendimentos registrados no CNPJ em 2018. Na fatia de ocupados atuando por conta própria, apenas 19,4% possuíam o registro formal, embora tenha alcançado o maior patamar da série histórica. Entre os empregadores, 79,4% deles tinham CNPJ.
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18 de dezembro de 2019 | 10h00
RIO - Em apenas um ano, 1,552 milhão de trabalhadores deixaram de ser sindicalizados em todo o País. Em cinco anos consecutivos de reduções, os sindicatos já perderam 3,098 milhões de trabalhadores sindicalizados.
No ano de 2018, apenas 11,518 milhões de trabalhadores eram associados a sindicato. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua): Características adicionais do mercado de trabalho, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa uma redução de 11,9% no contingente de sindicalizados em relação a 2017. A sindicalização alcançou 12,5% dos 92,333 milhões de ocupados em 2018, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012. As Regiões Norte (10,1%) e Centro-Oeste (10,3%) apresentaram as proporções mais baixas de trabalhadores sindicalizados, enquanto as mais elevadas foram as das Regiões Sul (13,9%) e Nordeste (14,1%).
A maior taxa de sindicalização em 2018 foi a dos trabalhadores do setor público (25,7%), seguido por trabalhadores do setor privado com carteira assinada (16%). Os trabalhares sem carteira no setor privado apresentaram uma das menores estimativas de sindicalização (4,5%). Os trabalhadores por conta própria tiveram taxa de sindicalização de 7,6%.
Todas as categorias tiveram redução na taxa de sindicalização entre 2017 e 2018, sendo a maior queda entre os empregadores, que passou de 15,6% para 12,3%, seguida pela dos trabalhadores do setor privado com carteira assinada, que tiveram recuo de 3,1 pontos porcentuais.
Em 2018, a atividade da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura tinha uma das mais elevadas taxas de sindicalização (19,1%), atrás apenas da administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (22,0%).
Em relação ao nível de instrução dos trabalhadores, quanto maior a escolaridade, maior a taxa de sindicalização: 8,1% dos trabalhadores com ensino fundamental completo e médio incompleto eram sindicalizados, mas esse porcentual subia a 20,3% entre os ocupados com nível superior completo.
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