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Mais 5 investidores querem entrar na reestruturação da Varig

Além dos empresários Nelson Tanure e German Efromovich e da associação Trabalhadores do Grupo Varig, pelos menos dois planos foram apresentados hoje ao BNDES.

Por Agencia Estado
Atualização:

Depois da empresa aérea TAP e do fundo americano de investimentos Matlin Patterson, mais cinco investidores correm contra o tempo para participar da reestruturação da Varig. Além dos empresários Nelson Tanure e German Efromovich e da associação Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), pelos menos dois planos foram apresentados hoje ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), autor do projeto de saneamento da empresa. Entre os novos interessados, a instituição só está levando em consideração o projeto de um grupo europeu, cujo nome não foi revelado. Amanhã, durante assembléia de credores da Varig, o TGV, formado por cinco associações de funcionários da Varig, pretende apresentar seu plano de investimento, adaptado de acordo com o projeto elaborado pelo BNDES. Segundo Márcio Marsillac, coordenador do TGV, a capitalização total pode chegar a US$ 700 milhões. "Nos parece que o governo toma medidas para excluir os trabalhadores da capitalização da Varig", afirma Marsillac. O coordenador do TGV refere-se a uma informação que recebeu de técnicos do BNDES de que a garantia de investimento na Varig não poderia ser vinculada aos ativos da companhia, que na noite de segunda-feira ganhou mais prazo da Justiça americana no julgamento do pedido de arresto de aviões, feito pelos credores. Reunião em Nova York Durante tensa reunião, a corte de Nova York decidiu que até o dia 9 de novembro vai julgar a retomada de aeronaves da empresa. A Varig tem proteção até o dia 11 de novembro, obtida por meio de liminar, também nos Estados Unidos. Segundo pessoa próxima ao encontro, do qual participaram representantes da Varig, BNDES, Matlin Patterson, TAP e as empresas de leasing de aviões, a sensação era a de que se o BNDES não tivesse apresentado um plano, a Varig teria acabado ontem, com risco de perder 30 aviões, sendo que já há 15 aeronaves da frota paradas. Proposta da TGV inclui fundo de pensão Pelo plano do TGV, numa primeira etapa, o banco português Efisa injetaria US$ 60 milhões para comprar recebíveis da empresa num prazo de até 15 dias após a aprovação dessa proposta. Num segundo momento, os funcionários da Varig usariam sua poupança previdenciária do Aerus, fundo de pensão da empresa, para formar um fundo e aportar US$ 100 milhões para ter 33% do capital da VarigLog e Varig Engenharia e Manutenção (Vem). Esse fundo compraria ações na Sociedade de Propósito Específico (SPE) NV Participações, já constituída. O BNDES entraria com US$ 200 milhões, conforme o seu plano: um terço de dinheiro de investidores e dois terços financiados pelo BNDES. Essa conta foi baseada no valor de US$ 300 milhões das duas subsidiárias, segundo estimativa da consultoria Ernst & Young. Mas uma nova auditoria terá de ser realizada. Os recursos do banco seriam usados para comprar recebíveis emitidos pela NV. Após essa fase, um investidor, cujo nome ainda é mantido em segredo, investiria US$ 300 milhões. Outros US$ 100 milhões viriam da Fundação Ruben Berta, controladora da Varig, e de credores que converteriam créditos em ações.

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