PUBLICIDADE

Publicidade

Mais cheques sem fundos em contas novas

Pesquisa da Telecheque registra que as contas novas chegam a superar em 2,4 vezes a inadimplência de contas antigas. Principal motivo da inadimplência dos consumidores com contas novas é a falta de cautela dos bancos em fornecer crédito.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os consumidores com contas bancárias de menos de seis meses de operação são os grandes responsáveis pela inadimplência com cheques sem fundos. Esta afirmação é resultado de um levantamento realizado pela Telecheque, administradora de base de dados e informações sobre emitentes de cheques, que demonstra que as contas novas chegam a superar em 2,4 vezes a inadimplência de contas antigas. A pesquisa foi realizada no primeiro semestre deste ano em todos os bancos e Estados brasileiros. O vice-presidente da Telecheque, Sérgio Zacchi, ressalta que o principal motivo da alta inadimplência dos consumidores com contas novas é a falta de cautela dos bancos ao fornecer crédito e talão de cheques para os clientes de baixa renda e fora do mercado de trabalho. "Os bancos estão abrindo novas contas de forma desordenada. As instituições financeiras passarm a oferecer crédito para pessoas que nem estão no mercado de trabalho. Isso aumenta o risco de inadimplência", afirma Zacchi. Zacchi acredita que a saída para diminuir os índices de inadimplência com cheque sem fundo seria uma seleção mais criteriosa dos bancos na hora de abrir novas contas. "A instituição deve ser mais ponderada na hora de oferecer crédito para novas contas. O banco precisa reunir informações para diminuir os riscos de inadimplência", avalia o vice-presidente da Telecheque. A pesquisa indica que os Estados campeões de inadimplência de contas novas são: o Rio Grande do Norte, onde as contas novas superam em 5,8 vezes a inadimplência das antigas; Alagoas, onde as contas novas superam em 4,2 vezes as antigas; o Distrito Federal, onde as contas novas superam em 4 vezes; e no Paraná onde as contas novas superam em 3,8 vezes as contas antigas. Como limpar o nome Para os inadimplentes, limpar o nome do cadastro de restrição ao crédito não é uma tarefa fácil, principalmente quando o consumidor tem problemas com cheques sem fundos. O cheque sem fundo é aquele que é apresentado duas vezes à instituição financeira para compensação ou saque sem que se tenha saldo suficiente na conta corrente para o pagamento. Se o consumidor emitir um cheque sem fundos, o seu nome vai para a lista negra do cadastro de emitentes de cheques sem fundo do Banco Central (CCF) e da Serasa. Para retirar o nome do cadastro CCF e da lista de devedores do Serasa, o consumidor deve seguir os seguintes passos: - Procurar a agência bancária da qual é cliente e se apresentar como cliente que teve uma ocorrência de cheque sem fundos. - Solicitar ao seu banco todas informações sobre o número, valor e data do cheque que foi apresentado duas vezes sem saldo na conta corrente. - Em seguida, deve verificar nos canhotos de seus talões de cheque a quem foi emitido o cheque devolvido. O consumidor deve procurar a pessoa ou empresa que esteja com o cheque em mãos para regularizar o seu débito e recuperar o cheque. Se não conseguir localizar o portador do cheque, não há o que fazer. - Com o cheque em mãos, deve preparar uma carta, conforme orientação do gerente da sua conta bancária. Depois, juntar a carta ao original do cheque recuperado, recolher as taxas de devolução do cheque e protocolar uma cópia destes documentos para regularizar a situação no Banco Central. - Para estar ciente que a sua situação está regularizada junto ao CCF, o consumidor deve exigir o protocolo de comunicação de regularização, que o banco do qual é cliente envia para o Banco do Brasil (BB). O Banco do Brasil é o encarregado pelo Banco Central de processar e atualizar o arquivo do CCF. - Após realizar todos esses passos, o consumidor tem seu nome excluído até o último dia da quinzena subseqüente ao pagamento da dívida. - O Banco Central repassará automaticamente seus dados ao sistema do Serasa que, por sua vez, vai liberar o nome junto à empresas e instituições que concedam crédito.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.