
14 de julho de 2013 | 02h10
Eram cerca de 49 milhões em 2003. Um dos grandes impulsos para esse crescimento tem sido a expansão da rede móvel. Em maio deste ano, 25% dos celulares brasileiros eram de terceira geração (3G), com serviço de dados, segundo a Anatel. Isso equivalia a 67 milhões de aparelhos. Além disso, existiam 7 milhões de acessos fixos de banda larga sem fio.
Apesar de a base ter mais do que dobrado em uma década, existem muitos problemas a serem vencidos, como disponibilidade (principalmente nas cidades menores e áreas rurais), qualidade e preço. As dificuldades são ainda maiores nas conexões móveis. Quando você está na rua e precisa consultar um mapa ou pesquisar um endereço, parece que a rede fica ainda mais instável e lenta.
Em 2004, escrevi uma cartilha de inclusão digital, publicada pelo Instituto Ethos e pelo CDI. Naquela época, a saída para a disseminação da internet no País pareciam ser espaços públicos de acesso, como lan houses. O chamado mercado cinza (que vendia máquinas montadas com peças contrabandeadas e software pirata) ainda fornecia a maioria dos PCs consumidos no Brasil. As redes locais sem fio, com tecnologia Wi-Fi, eram uma promessa. Tecnologias que acabaram não pegando - como a comunicação de dados via rede elétrica e a TV digital interativa - também eram. A licitação da 3G só aconteceu três anos depois.
Mas as previsões estavam erradas. E parte disso foi resultado de uma política pública. Com a chamada Lei do Bem, o governo cortou impostos sobre computadores, ampliou o mercado e, ao mesmo tempo, combateu o mercado cinza. Naquela época, era incomum comprar PCs no supermercado ou nas redes de eletrodomésticos. As lojas especializadas que montavam computadores ofereciam preços mais baixos, mas normalmente não tinham opções muito atrativas de financiamento.
Com isso, o acesso ao computador era bastante restrito. Havia cerca de 15 milhões de micros no Brasil há 10 anos. Segundo a FGV, hoje são 109 milhões, sete vezes o total daquela época. Comparando o crescimento do acesso ao da base de PCs, dá para perceber que houve uma política mais efetiva na área de informática que na área de comunicação de dados. Nas telecomunicações, os compromissos de instalação da 3G tiveram um impacto mais positivo do que o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que, lançado em 2010, não alcançou os resultados previstos e aguarda uma reformulação.
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