30 de outubro de 2013 | 02h10
As operações, em resumo, continuaram aumentando - e estimulando a demanda e a inflação, que está bem acima do centro da meta. A elevação dos juros, acentuada no mês passado, foi insuficiente para provocar uma retração dos tomadores, beneficiados por emprego e renda crescente, embora em ritmo mais lento do que em 2012.
Os números de setembro revelaram um aspecto promissor: a redução da inadimplência. Esta se limitou a 4,8% nas operações com pessoas físicas, menor porcentual desde o início da série, em março de 2011. Só operações com recursos livres contratadas com pessoas físicas têm inadimplência alta, de 7%.
Mas persistem distorções na oferta de crédito, como o aumento mais elevado das operações direcionadas (+0,6% no mês e +26,3% em 12 meses) do que das operações com recursos livres (0,9% no mês e apenas 8,7% em 12 meses). As operações direcionadas têm juros inferiores à média de mercado, às vezes, com recursos públicos. Nos empréstimos às famílias, os maiores crescimentos foram registrados nos segmentos rural (+2,9%) e habitacional (+1,4%). Mas a relação crédito imobiliário/PIB ainda se limita a 7,9%, porcentual muito inferior ao da maioria dos países desenvolvidos.
As operações com cheque especial de pessoas físicas aumentaram 4,3%, no mês, e 20,5%, entre os primeiros nove meses de 2012 e 2013, ao custo médio de 143,3% ao ano. E as operações rotativas com cartão de crédito avançaram, nos mesmos períodos, 2,8% e 9,1% - e os custos são ainda mais altos.
A evolução do crédito guardou relação com o desempenho mais lento da economia em geral, dos salários e da produção. Seria mais razoável supor uma demanda de crédito contida neste final de ano. Mas, se houve represamento dos empréstimos no mês passado, não será estranho se o volume de operações apresentar recuperação mais forte neste mês, quaisquer que venham a ser os efeitos sobre a inflação.
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