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Malan defende mandato independente para o Banco Central

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, defendeu nesta sexta-feira, pela primeira vez, um período de transição no comando do Banco Central (BC) após a posse do novo presidente da República. Segundo ele, o presidente do BC deveria ficar no cargo por um período, que não chegou a estipular, depois da mudança de governo, para evitar problemas na manutenção das metas de inflação. ?Os mandatos (dos presidentes do BC e da República) não devem ser necessariamente coincidentes. É do interesse de todos, inclusive daqueles que acham que vão ganhar as eleições, uma transição menos turbulenta, menos ruidosa?, disse. Malan não chegou a fazer referência explícita às eleições deste ano, cujas pesquisas apontam o candidato da oposição, Luis Inácio Lula da Silva (PT), como líder de intenção de votos. Falava em tese, sobre qualquer transição no governo, mas fez questão de frisar que considera importante que todo governante deve se preocupar com a manutenção da política monetária ? segundo ele, a única maneira de controle da inflação e garantia de crescimento. ?Não há nenhuma incompatibilidade entre o controle da inflação e uma idéia que é cara a todos: a melhoria nas condições de vida da maior parte da população?, afirmou, em uma resposta às críticas que têm sido feitas por representantes de partidos de oposição sobre a política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso. ?Existe na mente de alguns, no discurso de alguns, a idéia de que a inflação foi definitivamente ganha, independente dos rumos do próximo governo?, disse, alertando que, dependendo da forma como a economia for conduzida, o País poderá voltar a conviver com o fantasma da hiperinflação. ?Vivemos a experiência de uma inflação de mais de 1000%. Portanto, espero que isto ainda esteja vivo na memória de alguns?, disse. O ministro da Fazenda, que falava ao lado do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, evitou usar as expressões ?autonomia? ou ?independência? do BC. Mas disse que, ao assumir a presidência da instituição, no governo Itamar Franco, esperava ser o último presidente do BC sem mandato próprio. ?O BC não define as metas de inflação, isso é feito por um governo legitimamente eleito. Além disso, há transparência nas ações, na prestação de contas?, argumentou, em sua defesa do mandato independente na instituição.

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