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Maldição do petróleo não atingirá o Brasil, diz Dilma

Ministra rebate máxima de que países com reservas têm baixa industrialização: 'não somos um país qualquer'

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Por Vera Rosa
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Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito que a camada de pré-sal na Bacia de Santos é "patrimônio do povo brasileiro" e não pode ficar na mão de meia dúzia de empresas, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta quarta-feira, 13, que a "maldição do petróleo" não atingirá o País. Gerente do governo e pré-candidata favorita de Lula à sucessão presidencial de 2010, a chefe da Casa Civil destacou que os imensos recursos descobertos na camada de pré-sal transformarão o perfil do Brasil de país importador para exportador.   Veja também: Lula diz que petróleo da área pré-sal é do povo Acionistas da Petrobras ameaçam ir à Justiça contra 'Petrosal' País pode ter o terceiro maior campo de petróleo do mundo A maior jazida de petróleo do País   "A chamada maldição do petróleo não nos afetará", afirmou Dilma, numa referência à máxima segundo a qual os países detentores dessas reservas enfrentam o drama da baixa industrialização. "Não somos um país qualquer. Temos uma indústria diversificada, um processo em andamento de industrialização da economia. O Brasil será, sem dúvida, um país capaz de transformar essa riqueza (da camada pré-sal) num grande benefício para sua população", garantiu a chefe da Casa Civil.   Dilma fez as declarações na cerimônia promovida pela Controladoria-Geral da União (CGU), de sorteio de 50 municípios que terão as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) fiscalizadas. Na avaliação da ministra, Lula deu "a diretriz geral do governo" quando disse no Rio, durante ato da União Nacional dos Estudantes (UNE), que as reservas serão usadas para "resolver definitivamente" os problemas da educação.   "É a diretriz estratégica fundamental, ou seja, a quem servirá esse imenso recurso que transformará o Brasil de país importador de petróleo num país que, seguramente, pode vir a ser um dos grandes exportadores e com posicionamento num mundo diferenciado", observou Dilma.   Para a ministra, o Brasil poderá ter avanços significativos na área da indústria naval, dos equipamentos e da produção de bens e materiais que serão usados pela indústria petrolífera. "Na verdade, o pré-sal é uma conquista também da inteligência brasileira que foi capaz de fazer pesquisas a grandes profundidades na bacia sedimentar brasileira", argumentou a chefe da Casa Civil, reafirmando as declarações do presidente Lula, que na véspera defendeu o uso do petróleo para reparar a dívida do País com os mais pobres.   "É, de fato, um recurso do conjunto da população brasileira e isso define fundamentalmente o princípio que vai nortear o governo no seu uso: tomar todas as medidas para transformá-lo numa fonte que permitirá a melhoria da educação e de todas as condições da população para que avancemos em direção à sociedade do conhecimento",argumentou a chefe da Casa Civil.

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