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Mandelson não acredita em mudança de rumo na economia brasileira

"Eu não creio que a mudança individual de ministros significará um afastamento da política e de sua direção. As políticas do ministro que saiu são as políticas de governo"

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, disse nesta quarta que não acredita numa mudança de rumo da economia brasileira em função da saída de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda. "Eu não creio que a mudança individual de ministros significará um afastamento da política e de sua direção. As políticas do ministro que saiu são as políticas de governo", afirmou Mandelson, em entrevista coletiva à imprensa, nesta tarde, em Buenos Aires, antes de embarcar para o Brasil. No entanto, o secretário europeu manifestou seu desejo de que "o sucessor" de Palocci, o ministro Guido Mantega, "não adote uma posição mais defensiva (nas negociações internacionais) e não coloque ênfase em proteger suas indústrias, protegendo o Brasil da competição internacional". Em sua opinião, se isso ocorresse "seria um retrocesso" para o país no cenário internacional. Mandelson opinou ainda que o Mercosul, "como organização, não deve existir para proteger o status quo, para impedir o avanço da integração entre o seus membros e a economia mundial, a competição no comércio internacional", numa clara alusão à postura do Brasil e da Argentina nas negociações do Mercosul com a União Européia e com a Organização Mundial do Comércio (OMC). Faltando apenas algumas horas para desembarcar no Brasil, onde se reunirá com o chanceler Celso Amorim para discutir os entraves das negociações Mercosul-União Européia e da Organização Mundial do Comércio, o secretário aproveitou para dar um conselho ao bloco regional: "o Mercosul deve usar sua força para negociar com energia no sistema internacional para se integrar e não para manter tarifas altas e proteções ultrapassadas". O representante da União Européia também criticou os Estados Unidos ao dizer que o governo Bush se coloca como "uma espécie de intermediário entre a Europa e os países em desenvolvimento, e isso é um erro porque os Estados Unidos também têm uma contribuição importante para dar à Ronda de Doha e não podem ficar à margem do tema agricultura".

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