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Manifestação contra BID termina em confronto com a polícia

Por Agencia Estado
Atualização:

Terminou em pancadaria entre policiais e manifestantes, a passeata promovida em Fortaleza, no início da tarde durante a abertura oficial da 43.ª reunião anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Diversas pessoas ficaram com ferimentos leves. Entre elas, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Ceará, Roque Melo. De acordo com a Polícia Militar, cerca de três mil manifestantes participaram da marcha pelas ruas do centro comercial de Fortaleza. Quando os manifestantes chegararam nas proximidades do Sebrae, onde o presidente Fernando Henrique Cardoso participava da cerimônia de abertura do evento, foram barrados pelos policiais do Batalhão de Choque da PM e pela cavalaria. Pedras foram jogadas nos policias que reagiram com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. O protesto foi articulado por diversas organizações sociais. Além da CUT, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza (FBFF) e União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outros. Algumas dessas entidades estão envolvidas em uma programação paralela à reunião do BID. Em um desses seminários, a Organização Não Governamental (Ong) Rede Brasil e a Internacional dos Serviços Públicos defenderam a mudança da estratégia de atuação de instituições financeiras como BID, com uma maior participação dos parlamentos nacionais e das entidades representativas da sociedade civil nas decisões de projetos. Para o coordenador da Rede Brasil, historiador Guilherme Carvalho, as políticas desenvolvidas pelo BID e pelo Banco Mundial (Bird) são "excludentes" e não resolvem o problema estrutural da pobreza. Para evitar quebradeiras e saques no comércio local, hoje foi feriado em Fortaleza. As lojas do centro da cidade não abriram suas portas. Nem mesmo os ambulantes foram trabalhar. As aulas foram suspensas na maioria das escolas e os bancos não abriram. No último dia do evento, na quarta-feira , os movimentos sociais pretendem realizar um "vassouraço" pelas ruas de Fortaleza para simbolizar, segundo os coordenadores, o obetivo é "varrer" o BID da América Latina, "tirando toda a sujeira da miséria, fome e prostituição infantil que os projetos do BID deixam". No mesmo dia, também está previsto o "tribunal popular do BID", quando na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC), os estudantes farão o julgamento simbólico do banco.

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