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Manifestantes bolivianos fecham planta de filial da Shell

Projeto da empresa Transredes seria realizado na cidade de Camiri

Por Agencia Estado
Atualização:

Manifestantes de um povoado boliviano que pedem uma "nacionalização efetiva" da indústria petrolífera forçaram, na sexta-feira, o fechamento de uma planta da empresa Transredes que conta com a participação da anglo-holandesa Shell, informaram rádios locais. A suspensão do bombeamento da planta da Transredes em Camiri, mil quilômetros a sudeste de La Paz, não afetava as vitais exportações de gás natural para o Brasil e a Argentina, e sim o mercado interno de combustíveis e gás líquido, segundo as emissoras. A tomada e fechamento de válvulas da planta de Camiri aconteceram às 18 horas (20 horas de Brasília), quando chegou ao local uma manifestação de moradores após uma assembléia de rua, no quinto dia de uma greve contra a política petrolífera do governo de Evo Morales. A assembléia, cujos líderes denunciam que a "refundação" planejada por Morales beneficiaria mais as multinacionais que a Bolívia, resolveu também que os campos produtores de petróleo e gás da região serão tomados na tarde de sábado se até então o governo não firmar um acordo. "Este é o resultado da insensatez do governo, vamos nos manter mobilizados até conseguir uma ´refundação´ da YPFB a serviço exclusivo dos bolivianos e não das multinacionais", disse um dos principais impulsionadores do protesto, Mirko Orgaz. O dirigente, defensor de uma "YPFB operativa por conta própria" em vez de uma "YPFB cooperativa" decidida pelo governo, falou durante a tomada de estação de bombeamento, que foi transmitida ao vivo por várias cadeias de rádio. Morales, que nacionalizou os hidrocarbonetos em maio e trata agora de reorganizar a YFPB para que assuma o controle efetivo de todas as operações petrolíferas, qualificou como "política" a mobilização de Camiri e disse que confiava que o conflito fosse "passageiro". "Querem a refundação da YPFB e isso já está em curso, é a demanda de todo o povo boliviano, mas o que foi destroçado em 20 anos não vamos reconstruir em um só ano", declarou o governante durante uma visita à região produtora de coca de Chapare, segundo a rádio Fides.

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