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Manifestantes temem violência policial no Fórum Econômico

Por Agencia Estado
Atualização:

Os representantes de quase 200 organizações não-governamentais (ongs) que preparam manifestações durante o Fórum Econômico Mundial, que começa nesta quinta-feira em Nova York, rechaçaram as ameaças da polícia de Nova York e temem o uso de violência policial para coibir passeatas e protestos. A polícia de Nova York já divulgou que irá prender qualquer manifestante que participe de protestos com o rosto coberto por capuz, temendo a infiltração de terroristas no movimento. "Não vamos tolerar a cerceamento da liberdade civil e também uma conduta não-apropriada da polícia, incluindo o uso da força e brutalidade. É absurda essa contra-campanha da polícia em nos mostrar como terroristas", disse Mac Scott, diretor da People´s Law Collected, uma ong que está dando o suporte técnico legal para as manifestações de rua programadas para este fim de semana. A porta-voz da aliança das ongs anti-Fórum Econômico Mundial, Becka Economopoulos, estima que o número de manifestantes será de "alguns milhares". A principal passeata contra a realização do Fórum Econômico Mundial acontecerá neste sábado ao redor do hotel Waldorf-Astoria, local de palestras e painéis. O hotel está sob forte esquema policial, que foi caracterizado pelos manifestantes como "aparato militar". "A polícia está montando este aparato militar, tentando caracterizar os manifestantes como terroristas", disse Scott. O diretor da ong "Jobs with Justice", Simon Greer, disse que o consenso entre vários líderes e chefes de ongs reunidas em Nova York é de manifestações pacíficas, embora sempre haja facções que se utilizem de estratégias mais agressivas. "Não há como ter controle sobre todos os grupos que querem ter suas posições ouvidas, mas o consenso é de um movimento pacífico", afirmou. Segundo Eric Laursem, diretor da ong "Another World is Possible", que organiza a passeata de sábado, a imagem que a polícia e segmentos da imprensa estão querendo passar é de que protestar neste momento em que a cidade de Nova York se cura da tragédia de 11 de setembro é um insulto. "Estamos, na realidade, reafirmando o espírito do nova-iorquino, que aceita a oposição e idéias contrárias ao estabelecimento", disse.

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