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Mansueto diz que, se for necessário, meta fiscal de 2020 será mudada

Waldery Rodrigues, secretário especial de Fazenda, também disse que há possibilidade de mais frustração na arrecadação. 

Por Idiana Tomazelli e Anne Warth
Atualização:

BRASÍLIA - O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, admitiu hoje que o governo poderá flexibilizar a meta fiscal deste ano, que permite um déficit de até R$ 124,1 bilhões, caso haja necessidade de garantir mais recursos à Saúde no enfrentamento ao novo coronavírus. A medida foi antecipada pelo Estadão/Broadcast na última quinta-feira (12).

Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional Foto: Ministério da Fazenda

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“Se a Saúde precisar de mais R$ 5 bilhões, R$ 8 bilhões, mais R$ 15 bilhões, nós garantiremos. Se for necessário, a meta será mudada”, disse Mansueto. 

Como mostrou a reportagem, a mudança na meta entrou no radar diante do risco cada vez maior de necessidade de bloquear despesas no Orçamento diante da frustração de receitas. O contingenciamento vem num momento crítico para o País. O próprio secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que há possibilidade de mais frustração na arrecadação. 

Waldery destacou, porém, que a comunicação da mudança virá conforme seja necessário. Segundo ele, a equipe ainda está fechando os cálculos. 

“Exatamente de quanto (pode ser mudança da meta)? Ainda não se sabe”, disse Mansueto. Segundo ele, na próxima sexta-feira deve haver um contingenciamento porque o governo tem data para publicar o relatório do primeiro bimestre, mas afirmou que, assim que alterar a meta caso seja de fato necessário, será possível desbloquear as despesas. 

O secretário do Tesouro ressaltou que o problema este ano não é o teto de gastos, regra que limita o avanço das despesas à inflação. Isso porque o governo pode abrir créditos extraordinários, que ficam de fora do teto, para fazer frente a despesas imprevistas. Além disso, a razão para o bloqueio seria a frustração de receitas, não o excesso de despesas. 

“O importante é o que ocorrer com a meta não contamine o teto”, disse Mansueto. Ele ressaltou ainda que é essencial que as medidas de ajuda fiquem restritas a 2020. 

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Waldery, por sua vez, rechaçou qualquer possibilidade de o governo retirar os investimentos do alcance do teto de gastos, como sugeriram alguns economistas.

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