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Mantega: apesar da crise, preços no País podem cair

Por Neri Vitor Eich
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou, após participar, ontem, da Reunião Anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington, que a crise poderá acabar resultando em redução de preços no Brasil. Em entrevista concedida à reportagem do jornal "Bom Dia, Brasil", da Rede Globo, Mantega declarou: "O Brasil tem uma situação específica em relação aos juros no que diz respeito ao quadro inflacionário. Se houver uma mudança do quadro inflacionário, talvez a partir dessa retração da economia mundial e da queda dos preços das commodities (matérias-primas) - ou seja, o petróleo caindo como está caindo, trigo, milho, grãos etc. - então, nós teremos também, no Brasil, uma redução de preços." O ministro, falando antes de serem conhecidos os bons resultados das bolsas de valores asiáticas e européias, afirmou, que as medidas adotadas pelos países da Europa contra a crise financeira internacional e os entendimentos anunciados nos Estados Unidos não são suficientes para tranqüilizar os mercados. "Um fator muito importante nesta crise é a questão da confiança. O que foi feito pelos Estados Unidos e Europa não é suficiente para debelar a crise na sua forma mais aguda. Eles terão que fazer mais", afirmou o ministro da Fazenda. Na avaliação de Mantega, grande parte da solução do problema pode estar nos países emergentes: "75% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial dependem do crescimento dos países emergentes e não mais dos países avançados. Essa é a diferença. Poderemos garantir certo crescimento da economia mundial" O ministro voltou a admitir que o Brasil será atingido pela crise, mas reafirmou sua avaliação de que a crise no País será menor: "Hoje, o mundo é globalizado, todo interconectado. Mas o Brasil é menos atingido, porque o setor financeiro é sólido, a economia (está) crescendo. Nós temos um mercado interno que os outros não têm, e ele pode substituir o mercado externo, que vai diminuir, vai encolher. Nós temos reservas de US$ 200 bilhões, coisa que nós nunca tivemos. Ter reservas, nesta hora, significa estar preparado para um ataque especulativo, (para um) problema cambial." Mantega tentou tranqüilizar inclusive "aqueles que perderam na bolsa (de valores) e talvez estejam preocupados com isso". Ele previu que, "em outros momentos, ela (a bolsa) vai-se valorizar, porque os ativos que estão na bolsa são sólidos."

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