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Repórter especial de economia em Brasília

Mantega: Brasil pode se beneficiar da turbulência

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, avaliou que a economia brasileira pode se beneficiar, em um segundo momento, das atuais turbulências no mercado internacional e, com isso, chegar mais rapidamente ao grau de investimento que é concedido pelas agências internacionais de avaliação de risco dos países. Questionado se o Brasil não poderia se beneficiar com a turbulência, atraindo investimentos, o ministro respondeu: "O Brasil não precisa de mais investimentos do que os que estão entrando. Até pode se beneficiar em um segundo momento, passada a turbulência, porque os capitais vão procurar fazer investimentos mais seguros, nos países mais sólidos", disse Mantega, sorridente. Ele acrescentou que o Brasil, "certamente", está entre esses países. "Ao ponto de que nós estamos próximos do grau de investimento. Isso pode até fazer com que o grau de investimento chegue mais rapidamente." Mudança Ele insistiu na avaliação de que as turbulências no mercado internacional não são motivo para mudanças na política monetária, conduzida pelo Banco Central. "Como a inflação está abaixo do centro da meta, não há razão para mudanças na política monetária", afirmou. Mantega observou que a taxa básica (Selic) de juros brasileira é determinada pelo sistema de metas de inflação, que, segundo ele, "só tem que olhar para a inflação". "Nossa taxa de juros não serve para atrair capital externo, como é o caso de países com déficit em conta corrente." De acordo com o ministro, países com déficit em conta corrente precisam atrair capitais externos e, em momentos de turbulência sofrem com fuga de capitais. Não é o nosso caso. Nossa taxa de juros só serve para regular a inflação", afirmou. Destacou, no entanto, que o Chile, a Turquia e outros países elevaram a taxa de juros neste momento de turbulência. "O Chile tem boas contas externas, a Turquia tem déficit em conta corrente." O ministro afirmou que as turbulências afetariam o Brasil dez anos atrás, quando o País não dispunha de reservas e tinha desequilíbrio nas contas externas e precisava aumentar a taxa de juros para atrair capital externo. "Hoje, nossa taxa de juros só olha para a inflação", reiterou.

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