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Mantega comemora: 'até a Rodada Doha desencantou'

Por Tania Monteiro
Atualização:

Em entrevista depois do encontro do G-20, em Washington, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que o principal avanço deste encontro foi o fato de conseguir "reunir os líderes dos principais países do mundo sentados à mesma mesa para discutir a crise e as suas soluções", e de escolhemos como foro adequado o foro que representa mais os países emergentes, o G-20, com 85% da economia mundial. "Com este encontro, até a rodada de Doha desencantou", brincou Mantega, acentuando que é preciso garantir que o comércio internacional tem de se desenvolver e os erros dos anos 30 não aconteçam de novo, quando países se fecharam e veio o protecionismo. De acordo com Mantega, ocorrerá uma ação coordenada de governos do Brasil, Inglaterra e Coréia para conduzir os trabalhos técnicos e organizar as equipes para encaminhar a questão da regulação dos mercados. "Até 30 de abril, na Inglaterra, teremos uma proposta de regulação, com propostas de transparência, para sabermos exatamente o que acontece no mercado", disse. E acrescentou: "a regulação tem de ser internacional para ser eficaz e o importante é que a crise viabiliza alguns processos que em tempo normais não acontecem e que isso foi possível, diante da quebradeira que houve". Mantega afirmou que, no encontro, foi aplaudida a iniciativa da China, de fazer política de estímulo à economia e ao crescimento do País. "Nós vamos seguir este caminho", comentou Mantega, ao explicar, em entrevista, que o governo terá uma política fiscal, que significa mais gasto, mas isso tudo será feito com responsabilidade", disse ele, acrescentando que "ninguém vai jogar fora a responsabilidade fiscal". O ministro da Fazenda não quis falar, no entanto, se o governo brasileiro ia seguir o exemplo dos demais países e reduzir os juros. "Vamos fazer esforço para reduzir o custo financeiro", limitou-se a dizer ele.

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