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Mantega confirma reforma gradual na Previdência

O ministro se encontrou nesta 3ª com analistas do mercado financeiro de Londres

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, num encontro nesta terça-feira com um grupo de quinze analistas graduados de bancos e fundos de investimentos de Londres, enfatizou a disposição do governo em promover mudanças na Previdência Social, inclusive citando o termo "reforma". Segundo um dos participantes do encontro, o estrategista-chefe para mercados emergentes do Royal Bank of Scotland, Gene Frieda, o ministro deixou claro que a estratégia do governo é de implementar mudanças graduais que busquem reduzir o déficit na Previdência. "O Mantega foi claro ao afirmar que a intenção é reformar o sistema previdenciário, mas passo a passo e sem afobação", disse Frieda. A situação da Previdência e seu impacto de longo prazo sobre a estabilidade fiscal do País é um dos pontos que mais preocupam os investidores e analistas estrangeiros. A maioria deles critica o fato do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não ter sido incluído medidas concretas para a redução dos custos nessa área. O fórum de discussão da Previdência, criado juntamente com PAC na semana passada, é encarado com ceticismo. O presidente Lula, durante sua participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na semana passada, não descartou "reformas" na Previdência, mas deixou claro que acredita que a aceleração do crescimento econômico do País e a melhora de gestão na instituição serão suficientes para atenuar o problema nos próximos anos. Atraso Preso no trânsito de Londres, Mantega se atrasou em mais de uma hora para o encontro no final da manhã com os analistas na sede da embaixada brasileira, ao qual a imprensa não teve acesso. Por isso, vários foram embora antes da chegada do ministro. "Quem sabe da próxima vez o ministro é mais cauteloso e pega o metrô", brincou uma estrategista de um fundo britânico ao sair do local no momento da chegada de Mantega. Segundo os que participaram, Mantega apresentou as linhas gerais do PAC e respondeu a algumas perguntas. "Foi mais do mesmo, sem novidades", disse um analista de um banco europeu. "Mas sempre é bom conhecer o ministro pessoalmente." Logo após esse encontro, Mantega almoçou na residência oficial da embaixada brasileira com executivos de três grandes bancos europeus - HSBC, Deutsche Bank e Dresdner Kleinwort - além de um representante do Banco do Brasil. Cobrança O ministro também se reuniu com representantes do mercado de capitais na sede da prefeitura de Londres. Segundo ele, representantes de escritórios de advocacia britânicos reivindicaram acesso ao mercado brasileiro. "Expliquei que isso depende da Rodada Doha, pois para o Brasil fazer concessões no seu setor de serviços, precisa de uma contrapartida dos europeus na área agrícola", disse Mantega. "E também o Reino Unido precisa levar em conta o princípio da reciprocidade nessa área, pois é muito difícil para um escritório de advocacia brasileiro se instalar no mercado britânico."

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