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Mantega: crédito público estará condicionado a emprego

Por ADRIANA FERNANDES E FABIO GRANER
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou hoje que, a partir de agora, a oferta de crédito público para as empresas estará condicionada à manutenção do emprego. Segundo o ministro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já exige na assinatura do contrato de financiamento que as empresas informem o volume de empregos que aquele investimento vai gerar. Ele não explicou detalhadamente como será implementada essa regra. Disse apenas que o banco público que repassar os recursos terá que fazer a fiscalização. Questionado como seria a punição da empresa, o ministro respondeu apenas que não acredita na hipótese de um investimento não gerar empregos na empresa tomadora do crédito e também disse que não há riscos do desvio do dinheiro para outras finalidades, como capital de giro. Com a experiência de ex-presidente do BNDES, Mantega contou que o banco, ao emprestar recursos para o investimento, cobra da companhia a comprovação da compra do bem, como, por exemplo, um alto-forno. Ele reconheceu, no entanto, que o governo não tem como impedir que as empresas que não acessam crédito público demitam. Mantega disse não acreditar também que as empresas que tomaram crédito no BNDES para investimentos estejam demitindo. PIB Mantega avaliou que, com a nova oferta de crédito ao BNDES, não haverá recessão na economia brasileira em 2009 e que o País manterá taxas de crescimento positivas. Segundo Mantega, o governo tem instrumentos para garantir a expansão da economia. Ele disse acreditar que a economia brasileira "poderá ter desempenho bastante bom em 2009, melhor do que a maioria dos países". O ministro reafirmou a meta de crescimento de 4% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano. "É uma meta que implica esforço do setor público e do setor privado. É preciso que o setor privado vista esta camisa, que ele confie que o País tem condições de manter esse crescimento, que as pessoas continuem investindo, comprando, enfim, agindo naturalmente", afirmou. "Se todos agirem assim, poderemos manter a taxa de crescimento em torno de 4%." Mantega destacou que as previsões dos analistas econômicos são muito voláteis, especialmente em momentos de maior instabilidade. Mantega disse que a liberação de R$ 100 bilhões ao BNDES vai garantir o financiamento dos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) realizados por empresas privadas. Ele classificou a medida como de "grande impacto e magnitude". "Eu repito: são R$ 100 bilhões colocados à disposição", afirmou. Mantega informou que a medida provisória autorizando a liberação será publicada amanhã no Diário Oficial da União. Segundo ele, a engenharia financeira da operação levará em conta a liberação de títulos para o BNDES e parte do superávit financeiro das contas do governo federal. Ele disse que o volume de cada parte (títulos ou superávit) ainda não está definido. Questionado se a equipe econômica havia avaliado errado o impacto da crise sobre o País, Mantega disse que a análise foi adequada ao comportamento da economia e recomendou a leitura de suas declarações feitas há três meses. À época, ele apontava a previsão de desaceleração do ritmo do crescimento econômico no último trimestre do ano passado e nos primeiros três meses de 2009.

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