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Repórter especial de economia em Brasília

Mantega: crise não afetará oferta de crédito no País

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Por Adriana Fernandes
Atualização:

Apesar das turbulências no mercado mundial, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não espera uma redução da oferta de crédito no Brasil, porque, segundo ele, o grosso do crédito brasileiro - "quase 100%" - é gerado dentro do País. "O crédito brasileiro é da política monetária local, não é crédito estrangeiro. Ele vai continuar crescendo", afirmou. Na avaliação dele, a expectativa é de que o volume de crédito cresça entre 20% e 22%. O ministro admitiu, no entanto, que há um pouco de crédito externo, pois algumas empresas brasileiras têm captado recursos lá fora porque estavam muito baratos. "O crédito vai continuar estimulando o crescimento da economia. Já tem analista falando em crescimento acima de 5%", disse Mantega, destacando que ele próprio é mais moderado e prefere falar em crescimento de 4,5% a 5%. O ministro ressaltou, porém, que "certamente" há vários setores da economia brasileira que estão crescendo "muito acima de 5%". "Portanto, nós estamos muito tranqüilos. Essa turbulência não vai afetar o nível de atividade no Brasil", afirmou. Isso, segundo ele, porque a expansão é impulsionada fundamentalmente pelo mercado e por crédito interno. "E tudo isso está sob controle. Vocês vejam: os empresários nem ligam para isso (a turbulência)", disse, contando que tem ido a várias cerimônias com participação de empresários. Solidez Mantega afirmou que o sistema financeiro brasileiro está "bastante sólido" para enfrentar as atuais turbulências do mercado internacional. "Não vejo nenhum banco (brasileiro) envolvido em fundo de hedge. Pelo contrário, o sistema brasileiro está bastante sólido, conforme se pode verificar pelos lucros". Ele admitiu, no entanto, que as turbulências podem afetar o mercado brasileiro de renda variável e reduzir o fluxo de capitais. Mas, para o ministro, isso não será problema. "Nós estamos com o fluxo de capitais favorável ao Brasil. Nunca houve uma entrada tão grande de recursos estrangeiros como este ano. Se diminuir um pouco o fluxo de capitais, se sair um pouco, não altera nada, não tem dificuldade maior."

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