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Mantega critica bancos por aumentos dos juros

Por Tania Monteiro
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, criticou hoje os bancos pelo aumento dos juros nos últimos dias, durante reunião com empresários no Palácio do Planalto, para apresentar a proposta do governo de nova reforma tributária. Segundo o ministro, o governo aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) dos bancos para "conter o consumo, não para desestimular ou interromper o processo de crédito". "Apenas para jogar um pouco de água na fervura", acrescentou. Ele ressaltou, no entanto, que "o fogo continua aceso, o credito aquecido, mas controlado". Segundo o ministro, com a fixação do novo IOF, "os bancos aproveitaram e aumentaram o spread (bancário, ou seja, a diferença entre a taxa de captação dos bancos e o que eles cobram para emprestar) em 4%". E alfinetou: "eles não perderam tempo" e "deram uma subidinha na taxa de juros". Reforma tributária Para o ministro, este "é o momento mais adequado" para a realização da reforma tributária porque o país está crescendo, com reservas fortes. O ministro aproveitou para rebater as críticas dos que diziam que o governo fez arrocho fiscal por muitos anos. "Antes tinha reclamação sobre o aperto econômico. Depois que eclodiu a crise (internacional), as vozes se calaram. E hoje, muito pouca gente fala nos exageros que fizemos para acumular reservas", afirmou o ministro. Segundo ele, "a economia brasileira vem caminhando como se a crise (internacional) não existisse, com pequenas repercussões" e lembrou que "a bolsa já se recuperou". Em seguida, fez uma brincadeira com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrieli, afirmando que ele já está contente porque as ações da empresa já se recuperaram. Ainda de acordo com o ministro, a guerra fiscal está se exaurindo e, apesar de ter sido vantajosa para alguns, no início, hoje não é mais para ninguém e cria insegurança para os investidores que desejarem vir para o País ou que já estão aqui. Hoje, segundo ele, "a guerra fiscal é de todos, contra todos e já chegamos a um nível de exacerbação". Por isso, prosseguiu, "já existe consciência de que a mudança trará benefícios".

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