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Mantega defende modelo brasileiro para administrar pré-sal

Ministro da Fazenda afirma que reservas de petróleo descobertas são da União e 'pela União serão utilizadas'

Por Fabio Graner e da Agência Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu nesta quarta-feira, 20, a criação de um modelo brasileiro para a administração das reservas de petróleo na camada pré-sal, mesmo que haja uma série de opções em estudo, considerando o exemplo de uma série de países. As reservas descobertas são da União e "pela União serão utilizadas", disse. Segundo ele, até o fim de setembro, o presidente deve decidir sobre o modelo a ser adotado. Veja também: Entenda as discussões sobre as mudanças na Lei do Petróleo Entenda o que é fundo soberano Mantega associa FSB à exploração do pré-sal Modelo norueguês para explorar petróleo ganha força Mantega afirmou que parte dos recursos gerados pela exploração dos campos será aplicada no Fundo Soberano do Brasil. De acordo ele, o objetivo é evitar uma entrada muito forte de dólares no País que leve a um desequilíbrio econômico capaz de gerar inflação e a chamada "doença holandesa" - uma teoria que prega que um aumento de receita decorrente da exportação de recursos naturais irá desindustrializar uma nação devido à valorização cambial, que torna o setor manufatureiro menos competitivo aos produtos externos. Posteriormente, no entanto, Mantega disse que esses recursos podem não ser direcionados necessariamente para o Fundo Soberano que está em discussão no Congresso, mas para um outro fundo soberano a ser criado, como sugeriu o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. "Não sei se vai para este fundo ou se para outro. O certo é que o modelo que está no Congresso está preparado para receber os recursos do pré-sal", declarou o ministro, destacando que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é quem vai decidir a modelagem de administração dos recursos do pré-sal. Déficit Sobre se os recursos do pré-sal levariam a uma eliminação do déficit fiscal, Mantega reiterou que prevê que o Brasil atinja o superávit nominal já em 2010, antes, portanto, que a exploração do pré-sal renda recursos ao País. O ministro rejeitou a avaliação de que o governo deixará o País, em 2010, com uma vulnerabilidade externa igual a que recebeu do governo Fernando Henrique Cardoso. Ele afirmou que Lula vai entregar o País com reservas de mais US$ 200 bilhões, enquanto o recebeu quase sem reservas. Além disso, ele destacou que as exportações do País triplicaram no atual governo. "A situação é totalmente diferente", disse Mantega, lembrando ainda que o presidente vai deixar ao seu sucessor a riqueza do pré-sal. "Eu até gostaria de ser o felizardo que vai receber toda essa riqueza", brincou Mantega, lembrando que a exploração de petróleo na camada pré-sal deve render centenas de bilhões de dólares ao país. As afirmações do ministro foram feitas durante o Programa Bom Dia Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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