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Mantega defende que países reduzam juros 'de forma coordenada'

Para ministro, G20 deve adotar políticas anticíclicas 'para evitar uma depressão'.

Por Fabrícia Peixoto
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a defender nesta sexta-feira, em Washington, que os países do G20 adotem políticas anticíclicas e coordenadas "para evitar uma depressão". Entre essas políticas estão a redução dos juros e a ampliação dos gastos do governo. De acordo com a teoria econômica, a política anticíclica prevê que os países economizem em tempos de bonança e aumentem os gastos em épocas de crise, para estimular a economia. Mantega disse que alguns países, como Estados Unidos e Grã-Bretanha, reduziram suas taxas de juros e que o custo finaceiro também precisa ser reduzido no Brasil. "O Brasil fará isso a sua maneira, mas nós também faremos um movimento nesse sentido", disse o ministro. No entanto, as projeções do Banco Central sobre a inflação no Brasil - tanto para esse ano como para 2009 - permanecem acima da meta fixada pelo governo. Na semana passada, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que "a situação no Brasil é diferente". "Os remédios diferem conforme o paciente", disse Meirelles, referindo-se às políticas fiscal e monetária que devem ser adotadas em cada país. Conversas Pela manhã, Mantega acompanhou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reuniões com chefes de Estado da Austrália, do Japão e da Grã-Bretanha. Ao fazer um balanço dos três encontros, Mantega disse que houve consenso entre os chefes de Estado de que é preciso adotar medidas anticíclicas. Segundo ele, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, concordou com a necessidade de uma ação conjunta para redução das taxas de juros. O ministro da Fazenda disse ainda que a política monetária também deve ser coordenada, assunto que, segundo Mantega, também foi ressaltado por Brown. "Redução de juros, como ele fez, todos devem fazer, porque o problema da inflação está relativamente superado com a queda do preço das commodities", afirmou. "Vai se abrir espaço para uma política monetaria mais flexível em todos os países." Além disso, o ministro da Fazenda disse que, na conversa do presidente Lula com os chefes de Estado, "ficou clara a necessidade de que as medidas sejam coordenadas". "Se um país agir sozinho, não terá sucesso e pode vazar recursos para outros países", disse Mantega. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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