Publicidade

Mantega descarta novos estímulos

Para ministro da Fazenda, desempenho da economia é 'satisfatório', e medidas para estimular consumo e investimentos já foram tomadas

Foto do author Adriana Fernandes
Por João Villaverde , Adriana Fernandes , Laís Alegretti e BRASÍLIA
Atualização:

A economia brasileira está crescendo a um ritmo de 2,2%, afirmou ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo o ministro, o desempenho é "satisfatório", e o governo não pretende adotar novas medidas de estímulos ao consumo e ao investimento, porque as medidas já tomadas, como o programa de concessão e a desoneração da folha de salários das empresas, continuarão a surtir efeito.Internamente, o governo trabalha para que o Produto Interno Bruto (PIB) atinja uma alta de, pelo menos, 2,7% no ano, como revelou o Estado anteontem. Esse patamar é o mesmo de 2011, o melhor, até agora, do governo Dilma Rousseff.A ideia de trabalhar com níveis mais baixos de crescimento da economia partiu de uma estratégia fechada no Palácio do Planalto. Após dois anos seguidos em que o governo trabalhava com projeções otimistas, de 4,5% a 5%, para a alta do PIB, tanto a presidente Dilma Rousseff quanto seu ministro da Fazenda entendem que, "neste momento de retomada gradual do crescimento, é melhor ficar atrás da curva", segundo um auxiliar presidencial afirmou ontem. O momento exige "pé no chão", como definiu um assessor do Ministério da Fazenda.Qualidade. Ao comentar o avanço de 0,6% do PIB entre o último trimestre de 2012 e os primeiros três meses de 2013, Mantega disse que houve "melhora na qualidade" do crescimento. Enquanto o consumo das famílias aumentou apenas 0,1% na mesma comparação, os investimentos saltaram 4,6%. "Começamos 2013 muito melhor do que começamos o ano passado", disse Mantega, que também afirmou que o governo vai revisar a projeção de PIB no orçamento deste ano. Oficialmente, o governo ainda espera 3,5%.Nos bastidores, o governo trabalha com um ritmo de avanço "escadinha", isto é, um degrau por trimestre. Assim, o segundo trimestre deve ter avanço de 0,7% ante o primeiro, e assim sucessivamente, até que o último trimestre termine com alta de 0,9% na comparação com o terceiro. Dessa forma, o PIB fecharia 2013 com alta próxima a 2,8% - e a meta de pelo menos "empatar" com o resultado de 2011 terá sido atingida.No entanto, o governo também tem um cenário pessimista, no qual prevê que o ritmo de avanço do PIB trimestral será de 0,5% - neste caso, a economia crescerá pouco mais de 2%, apenas, em 2013.Segundo apurou o Estado, o governo vai continuar na agenda de medidas para melhorar o ambiente para investimentos. Uma das principais apostas é a simplificação e unificação do PIS/Cofins, dois dos mais complexos tributos do Brasil.A posição do crescimento do País em relação ao de outros países reforça o discurso do governo, de que ainda é possível ser otimista. Enquanto o PIB brasileiro cresceu 1,9% em comparação com o mesmo período do ano passado, o do México avançou 0,8%, Rússia 1,6% e o da Coreia do Sul teve alta de 1,5%.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.