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Mantega destaca reforma do FMI com mais voz a emergentes

Por ADRIANA GARCIA
Atualização:

O recente ajuste do poder de voto no Fundo Monetário Internacional (FMI), que dá um pouco mais de voz a países emergentes, vai melhorar a estatura do organismo entre seus membros, afirmou nesta sexta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega. "Com essa modificação, os países emergentes e em desenvolvimento ganharão peso maior no Fundo", disse Mantega a jornalistas durante a reunião de primavera do FMI, enfatizando que se trata de um "passo importante". O ministrou destacou que são os países emergentes que estão sustentando a economia global neste momento, já que as nações ricas estão sofrendo mais as consequências da crise de hipotecas de alto risco dos Estados Unidos (subprime). A reforma nas cotas foi aprovada pelo conselho do FMI e deve ser votada até o final do mês. A mudança garante uma transferência de pode de voto de países industrializados para emergentes e em desenvolvimento de 2,7 pontos percentuais. "O Brasil foi um dos beneficiados com o aumento de 40 por cento na cota efetiva. O poder de voto do país passa dos atuais 1,4 por cento para 1,7 por cento", lembrou o ministro em nota. Países emergentes como Brasil, China e Índia também foram beneficiados pela adoção de uma nova fórmula que, entre outras coisas, aumenta o peso dado ao PIB na hora de definir as cotas para 50 por cento. "Hoje são os países emergentes que estão dando sustentabilidade à economia mundial", insistiu. MAIS EFICIÊNCIA Mantega indicou que a reforma, que será revista a cada cinco anos, precisa ir adiante para "consolidar e restabelecer" a confiança do FMI, de modo que possa responder de forma mais imediata em momentos de instabilidade financeira. Ele ponderou que esta ainda não é a reforma dos "sonhos" dos países emergentes. Segundo o ministro, o Fundo esteve muito preocupado com sua reestruturação internacional e com os problemas de financiamento que ficou "atrasado" em relação à crise internacional. "É importante consolidar esse passo de forma a restabelecer a confiança no Fundo", para que ele esteja habilitado a fazer um trabalho mais "efetivo" num momento de crise internacional. Para Mantega, é necessária mais regulação para monitorar os instrumentos financeiros de modo a ter mais transparência e avaliação de risco, e essas mudanças não podem ser tomadas apenas pelos Estados Unidos. Elas não devem, entretanto, sufocar o crédito. "O Fundo podera dar uma contribuição importante no sentido de criar essa regulamentação." O Brasil foi um dos principais críticos da estrutura do FMI nos últimos anos. O ministro disse ainda que o FMI está certo em recomendar políticas anticíclicas para lidar com as turbulências. "O Fundo Monetário ressuscitou Lord (John Keynes", disse. O Brasil também busca ser um protagonista no G7, o grupo dos sete países mais industrializados e Rússia. "O Brasil se recusa a participar desse fórum só para tomar cafezinho."

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