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Mantega diz que decisão do Copom é coerente com regime de metas

Ele reconheceu que a Selic de 13,75% ainda é elevada, mas deu ênfase à trajetória de queda

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira, em entrevista à Agência Estado, que o corte de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juro na economia, para 13,75% ao ano, decidida hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), foi uma decisão "coerente" com o regime de metas de inflação. "Como a inflação tem tido um comportamento benigno, caindo nos patamares esperados, o Copom reagiu à altura e reduziu a taxa básica para o menor nível dos últimos 12 anos", disse Mantega. Ele reconheceu que a Selic de 13,75% ainda é elevada, mas deu ênfase à trajetória de queda. "Ainda é uma taxa alta, mas o importante é que a trajetória é correta. Ela está caindo há mais de 12 meses e caminha para o patamar adequado", afirmou. O ministro evitou dizer em quanto tempo este patamar adequado, que segundo ele é o semelhante ao dos demais países emergentes, será alcançado. "Se dissesse em quanto tempo, estaria pré-determinando a decisão do Copom", disse Mantega, que classificou a Selic como uma das poucas variáveis que existem hoje na economia brasileira que destoa da economia mundial. Oposição critica corte dos juros O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), disse que a redução da taxa Selic só não pôde ser maior que o 0,5 ponto porcentual decidido hoje pelo Copom por causa do quadro de irresponsabilidade fiscal do governo Lula. "O Banco Central termina sempre sendo o Cristo de um governo irresponsável", disse Arthur Virgílio, convencido de que o governo tomou várias medidas eleitoreiras que geraram um quadro de desorganização fiscal que nesse momento obrigam o Banco Central a ser conservador. Segundo ele, a queda da Selic em meio ponto porcentual está dentro do previsto e não surpreende ninguém. Já o relator-geral do projeto de Orçamento da União para 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RR), considerou a redução de meio ponto porcentual na taxa Selic de juros uma "boa medida", mas disse que a taxa de 13,75% ao ano ainda não é a ideal. "O Banco Central tomou a decisão esperada e, com isso, mostrou-se descolado do processo eleitoral, o que é positivo, mas a taxa ideal, que mereceria aplausos é a de 12% ao ano." Assim como o líder do PSDB, Raupp disse considerar que o País está chegando ao fim de um ciclo de redução de juros. A diferença entre as duas avaliações está no fato de que Virgílio atribui o fim do ciclo a um quadro de desorganização fiscal criado por políticas "eleitoreiras" do governo Lula, e Raupp entende que, na média de reduções de juros mantidas pelo Banco Central, as próximas três reuniões do Copom vão reduzir os juros ao patamar ideal de 12%.

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