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Mantega e Meirelles comemoram

Ministro destaca importância dos resultados fiscais, enquanto presidente do BC prevê mais dinheiro para produção

Foto do author Adriana Fernandes
Por Fernando Nakagawa , Adriana Fernandes e BRASÍLIA
Atualização:

O anúncio de ontem da Fitch Ratings, que reconheceu o Brasil como um porto seguro para os investidores estrangeiros, provocou satisfação e sensação de dever cumprido no presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e no ministro da Fazenda, Guido Mantega. Cada um a seu modo, eles destacaram o aspecto de maior significado de suas áreas de atuação para comemorar mais um grau de investimento para a economia brasileira. Especial multimídia sobre grau de investimento Comportamento do mercado desde o início do ano Para o presidente do BC, "o novo upgrade deve aumentar o fluxo de investimentos de melhor qualidade para o setor produtivo no Brasil". Já Mantega preferiu colocar ênfase no seu assunto preferido do momento: os bons resultados fiscais do governo. Ontem, o BC divulgou que o superávit primário do setor público no primeiro quadrimestre foi de 6,82% do Produto Interno Bruto (PIB). Em meio às pressões para que o governo eleve oficialmente a meta de superávit primário para formar o Fundo Soberano do Brasil (FSB), Mantega disse que a política fiscal foi a principal razão para o Brasil ter recebido o upgrade da Fitch. O ministro comentou que o posicionamento da Fitch ocorreu um dia depois de o Banco Central apontar superávit nominal de R$ 6,88 bilhões no período de janeiro a abril. Ou seja, a economia que o governo fez para o pagamento dos juros foi suficiente para cobrir as despesas do período e ainda restaram no caixa esses R$ 6,88 bilhões. Mantega relacionou ainda a redução da vulnerabilidade externa e o crescimento "sólido e equilibrado" e a inflação sob controle como fatores que reforçaram a posição de grau de investimento do Brasil. "O País está na rota de desenvolvimento com inclusão social. Tornou-se mais sólido com crescimento sustentado." Segundo ele, o País é "sólido, confiável e robusto" e deu provas disso na crise dos Estados Unidos. Henrique Meirelles, por sua vez, destacou a possibilidade de aumento de fluxo de investimentos de melhor qualidade para o setor produtivo brasileiro. A decisão da Fitch, segundo ele, "aumenta a capacidade de financiamento do investimento no País" e reforça a condição de estabilidade e previsibilidade da economia doméstica. Meirelles disse ainda que o upgrade é uma amostra do "compromisso inequívoco" do governo brasileiro com o tripé macroeconômico formado por meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. Além da manutenção das condições favoráveis à estabilidade da economia, Meirelles destacou que a decisão da agência de classificação de risco é o reconhecimento "da capacidade do Brasil de crescer com responsabilidade". Sobre o crédito, Meirelles negou que haja tensão com o crescimento do volume de empréstimos nos últimos meses no Brasil. "O BC tem de cumprir sua missão de zelar pela saúde do sistema financeiro e evitar que qualquer exagero (no mercado de crédito) gere um problema", explicou, ao comentar que esse monitoramento é permanente. Para o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, o fato de o Brasil ter recebido mais um grau de investimento "traduz a maturidade que o País atingiu em condições macroeconômicas". Segundo ele, o "investment grade" da Fitch deverá favorecer os investimentos no setor energético. COLABOROU LEONARDO GOY

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