PUBLICIDADE

Mantega e Tombini comemoram a melhora da nota

Ministro diz que elevação do rating da Moody's mostra ''elevada robustez'' do País em ambiente internacional de muitas dificuldades

Foto do author Leonencio Nossa
Por Fabio Graner , Leonencio Nossa e BRASÍLIA
Atualização:

Os principais integrantes da área econômica do governo comemoraram ontem a melhora na classificação de risco do Brasil, atribuindo o resultado à política econômica que vem sendo implementada nos últimos anos. A avaliação deles foi de que o manejo das políticas fiscal, monetária e cambial e o crescimento vigoroso da economia foram determinantes para tornar o Brasil mais bem avaliado, com sua nota de risco subindo um degrau no grupo dos países grau de investimento (que têm menor risco de calote), de Baa3 para Baa2.O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que recebeu a notícia da elevação do rating dado ao Brasil pela agência Moody"s quando fazia uma exposição sobre a economia brasileira para a presidente Dilma Rousseff, que, como era de esperar, ficou satisfeita com a avaliação.De acordo com o ministro, a melhora no ranking de risco mostra que a economia do País está sendo considerada "de elevada robustez", em um ambiente internacional ainda com muitas dificuldades. Ele salientou que o governo fez um ajuste no início do ano, que desacelerou o crescimento, enquanto o mundo desenvolvido fez o caminho contrário, na tentativa de tirar suas economias da estagnação, que ainda reflete a crise de 2008/2009."Hoje a economia (brasileira) está crescendo numa velocidade de cruzeiro, de 4,5% ao ano", afirmou. "Os indicadores mostram uma acomodação da inflação perto de zero por cento. É muito bom, se comparado a outros países", complementou o ministro. Ele lembrou os problemas enfrentados pelo Japão (em decorrência do terremoto e tsunami no início do ano), pela Grécia (que tem elevado risco de não pagar sua dívida) e Estados Unidos. "Acreditamos que eles vão se recuperar, mas vão se arrastar por meses e até anos", disse.Vigilância. Mantega afirmou que o governo manterá "vigilância" para evitar um aumento da inflação e tomará medidas, se for necessário. "A inflação agora está sob controle. O governo brasileiro estará fazendo uma política de combate à inflação adequada. Neste ano de 2011 a inflação ficará dentro do limite da meta. Se isso ocorrer, será o sexto ano consecutivo (de cumprimento da meta inflacionária)", disse o ministro, projetando o IPCA deste ano entre 6,15% e 6,20%.O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que a melhora da classificação de risco do Brasil é o reconhecimento da consistência da política econômica ao longo dos anos e da melhora dos fundamentos do País. "As boas notícias, contudo, não diminuem a determinação do Banco Central de seguir trabalhando para que os avanços obtidos até agora continuem a ocorrer, em ambiente econômico de estabilidade monetária e solidez financeira", afirmou Tombini em nota.Segundo ele, as avaliações positivas que as agências de rating têm feito sobre o Brasil foram alcançadas por meio das políticas de metas de inflação, câmbio flutuante, acúmulo de reservas internacionais, responsabilidade fiscal e solidez no sistema financeiro: "A decisão reconhece também a capacidade e efetividade das atuais políticas econômicas, na manutenção de consolidação da estabilidade."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.