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Mantega: 'Fico satisfeito com crescimento positivo em 2009'

Ministro da Fazenda alterou avaliação de que pasta trabalha com meta de crescimento próxima de 3% a 3,5%

Por Anne Warth , Ricardo Leopoldo e da Agência Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, alterou, ao menos temporariamente, a avaliação de que a sua pasta trabalha com a meta para crescimento em 2009 próxima de 3% a 3,5%. Hoje o Banco Central (BC) divulgou uma revisão do PIB para este ano de uma alta de 3,2% para uma expansão menor de 1,2%. Perguntado pela Agência Estado se a sua projeção para a expansão deste ano está próxima à do BC, o ministro foi categórico. "Fico satisfeito se registrarmos um crescimento positivo em 2009, seja de 1%, 2% ou 2,5%, de modo a não permitir que caia o desemprego e que tenhamos as conquistas registradas nos últimos três anos", afirmou.

 

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Mantega ressaltou que a crise financeira internacional provocou uma recessão muito forte no mundo a ponto de levar vários países desenvolvidos a apresentar PIB negativo neste ano, como é o caso do Reino Unido. Segundo o ministro, País europeu deve exibir uma retração de 3% neste ano.

 

Mantega destacou que, em breve, quando o cenário econômico estiver mais claro, poderá fazer uma estimativa para o PIB deste ano. Ele afirmou que trabalhava com a meta de inflação do País próxima de 4% até pouco antes da divulgação do PIB do quarto trimestre, quando exibiu uma redução de 3,6% na margem. Como o País apresentou uma fortíssima desaceleração no final de 2008, tal fato deve provocar efeitos negativos sobre o nível de atividade neste primeiro semestre. Contudo, o ministro ressaltou que há fatores externos que podem colaborar para que o Brasil apresente um desempenho mais vigoroso do que o esperado neste ano.

 

"Se, por exemplo, os Estados Unidos conseguirem administrar rapidamente o problema dos ativos tóxicos (das instituições financeiras), poderemos aliviar a crise e a escassez do crédito (global)", comentou. "Na reunião do G-20, conseguiremos tomar medidas para aumentar o financiamento do comércio internacional, dinamizar as exportações financeiras e caminhar para um nível de crescimento maior. Cada um está chutando para um lado, menos altas de 4%, 2% ou de 3%. Eu prefiro trabalhar intensamente para que o produto seja positivo no Brasil, enquanto em outros países será negativo", completou.

 

O primeiro ministro do Reino Unido disse, na última quinta-feira, 26, em São Paulo, que a reunião do G-20, nesta semana, deve aprovar a liberação de US$ 100 bilhões para normalizar a concessão de financiamentos para empresas que trabalham com importações e exportações em todo mundo.

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Mantega ressaltou que a economia do Brasil está se normalizando, como a atividade no setor automobilístico que deve apresentar desempenho um pouco superior no primeiro trimestre de 2009 ante o registrado no mesmo período do ano passado. "Outros setores produtivos estão se recuperando, como os de varejo e bens não-duráveis, que têm ficado em patamares satisfatórios, dada que a massa não caiu. No segundo semestre, a economia voltará a acelerar e o País terá novamente um nível de crescimento normal", disse.

 

Superávit primário

 

Mantega afirmou que o governo está trabalhando para buscar o melhor superávit primário possível este ano. "Porém, esse superávit não poderá sacrificar os investimentos que o governo vai fazer em outras ações dedicadas ao estímulo da economia brasileira", afirmou, em evento de anúncio de desoneração de impostos para importantes setores da economia.

 

O ministro ressaltou que na maioria dos países os governos estão aumentando gastos públicos para incentivar o nível de atividade, uma vez que as suas respectivas economias estão enfrentando a maior recessão desde a Grande Depressão, como é o caso dos Estados Unidos e da Inglaterra. "Lutaremos para fazer o melhor desempenho fiscal possível, porém com essa condição: sem prejudicar as ações do governo que continuarão fortes na área de estímulo fiscal", completou.

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